Nascida no  Rio de Janeiro em 8 de Maio de 1984 , a talentosa cantora e compositora que se destacou como vocalista da banda de heavy metal symphonic o Revengin, Bruna Rocha tem sido a força motriz por de trás da banda, influenciando todos os aspectos de sua criação e desenvolvimento.  Bruna sempre com sua onipresença assina firma toda a sua dedicação e  se reflete à toda sua autenticidade não só na musica mas também na produção de festivais do gênero pela THC Produções e por todo o Brasil. Bruna que foi eleita a Garota Metal Militia em 2011 , coleciona momentos importantes na sua carreira solida não só pelo Brasil mas também pelo mundo, particularmente sua turnê pela Europa em 2014 e o convite para estar em um dos maiores festivais de musica do mundo o Rock in Rio em 2022

“Estar lá já era louco… E o convite pro ROcK IN RIO EM 2022 FOI INSANO”
DIZ bruna rocha.

Para Bruna a palavra “Underground” adquiriu um significado pejorativo no  Brasil, já sabemos que ela não é de brincadeira. Ela é enfática quanto a aceitação passiva de oportunidades medíocres e a exploração por parte dos produtores de eventos, e sempre destaca a necessidade de mais respeito e qualidade nos eventos. Bruna tem inspirações para sua carreira nomes de peso como Tarja Turunem (Ex Nightwish) , Vibeke Stene (Ex Tristania) e Dawn Desireé (Ex Rain Fell Within). Essas influencias moldam seu estilo vocal unico e inesquecivel , que mescla suavidade e agressividade com maestria. Bruna fala que a banda não usa formula fixa para compor sempre produzindo o que sentem, veem e o estão pensando , sempre traduzindo personalidade de cada um . Bruna está animada com o lançamento do novo single em julho que é parte do novo álbum previsto para o final do ano, então aguardamos ansiosos.
Para Bruna o papel das mulheres na indústria musical vem ganhando espaço em varias áreas, sendo reconhecidas cada uma pelo seu  talento e dedicação e reestabelecendo padrões, e continuando na luta contra a discriminação ou qualquer outro tipo de preconceito. Um conselho de Bruna para quem está iniciando é focar no objetivo que é a parte mais difícil do processo, mas também a mais gratificante.
Bruna com sua poderosa voz e presença de palco magnética, segue a deixar sua marca na cena musical underground. Sua dedicação e paixão pela musica são evidentes em cada performance, tornando a uma figura inspiradora para todas nós.

Cultura em Peso: Como a vocalista influencia no som e na dinâmica da banda ? 

Bruna Rocha: Bom, eu influencio em praticamente em tudo, desde a formação da banda no final de 2007. Em 90% das gravações eu estou presente e naquelas que eu não posso estar, acredite, eu já opinei antes…rs… sou  como uma “mãe” superprotetora com sua cria, mas que também ensina com pulso firme e fica orgulhosa com os frutos, sabe?! (rs) Brincadeiras a parte, eu sempre fiz questão de estar presente em todo processo que a Revengin passou e passa… acho que isso tem haver com a “verdade” que eu sinto que a música precisa ter pra fazer sentido, primeiramente pra mim. E, se com isso nós conseguimos “tocar” outras pessoas é por consequência disso. Não conseguiria cantar algo que fosse “programado para se parecer com alguma outra coisa”, como um ex-membro tentou outrora sugerir. E eu hoje sou muito grata por ter companheiros de banda que estão alinhados com isso e que estão no mesmo foco. 
Você enfrenta algum desafio específico por ser vocalista de uma banda underground?
A palavra “underground” pra mim tornou-se algo assustador, sério. Porque infelizmente aqui é tida tipo: “ é o que tem, aceite e fique feliz pela oportunidade”. E definitivamente, não era para ser isso. Pra mim, essa palavra adquiriu um sentido pejorativo e tornou-se a desculpa perfeita para muitos produtores de evento (merda) explorarem uma banda, por exemplo. Ou até mesmo bandas se submetendo a “qualquer coisa” porque na cabeça dos integrantes, como precisam tocar, a banda então precisa se submeter porque é “underground”. Entende? E esse pensamento acaba sendo transmitido pro público que muitas vezes, pela qualidade dos eventos e bandas, acabam não querendo pagar R$20,00 para entrar num evento, a não ser que esse evento seja feito num pub onde tem bebida e a mesma se torna a atração principal.  E isso, prejudica todo mundo. E um dos maiores desafios hoje é encontrar lugares bons e sérios para tocar, que trate os músicos com respeito e consequentemente o publico. 
Qual é o seu ícone feminino que te inspira e te influencia a construir seus trabalhos?
Tenho 3 inspirações : Vibeke Stene (ex-Tristania), Tarja Turunen (ex-Nightwish) e Dawn Desireé (Ex-Rain Fell Within).
Como você vê o papel das mulheres na cena musical atualmente?
Hoje é gratificante ver que as mulheres estão ganhando mais espaço em várias áreas não somente na indústria musical. Não tem essa de um setor que seja mais adequado ou não. E isso é fantástico. Claro, é uma batalha que vencemos dia pós dia, até porque quando falamos de “entretenimento” não falamos apenas de mulheres atuando como instrumentistas, vocalistas e etc… mas estamos falando de uma verdadeira batalha também de “padrões” estabelecidos por essa indústria que acaba influenciando muitas pessoas a não enxergarem mais a beleza humana e da essência dos sentimentos humanos no geral. Tornam tudo artificial, de plástico, pré-fabricado para pessoas que se tornaram superficiais. Com isso, acabamos tendo ainda pensamentos arcaicos e discriminatórios de gênero, raça, sexo e credo. E essa é a luta diária. E, aos poucos estamos revertendo isso. E a maior prova é a quantidade de mulheres atuando em diferentes áreas. 
De onde vem a inspiração para compor suas letras e como você reflete nas suas experiências como mulher ?
Quando a gente fala de composição, a gente não tem uma fórmula. A única coisa que procuro manter sempre é  o sentimento. Sempre escrevo sobre o que estou sentindo, vendo e pensando. Com isso, as letras traduzem minha personalidade. As vezes, chega a ser engraçado, porque já houveram vezes onde eu estava passando por determinada situação, e  escutava alguma música da banda e era como se ela pudesse me dar um “up”. É engraçado porque é meio que eu falando comigo mesmo…rs 
Como equilibrar a carreira com outros aspectos da sua vida ?
Hoje eu me dedico 100% á música. Tanto como produtoras quanto vocalista da Revengin. É um pouco corrido, mas como são assuntos que estão entrelaçados, acho que até facilita. Rs
Quais os planos futuros para a banda? Álbum novo , single.
A Revengin vai lançar em Julho o próximo single que já é referente ao novo álbum da banda que tem previsão de sair no final desse ano. Estamos muito ansiosos pra dividir isso com todo mundo, até porque o processo de gravação é  diferente de todos  que já fizemos até o Inner Dark que foi lançado em 2020, que foi o último EP. Posso dizer que está um trabalho mais pesado, mais sincero e orgânico.  
Conte-nos uma história ou momento especial que você gostaria de compartilhar com a banda.
Acho que houveram 2 momentos que me marcaram… um aconteceu em 2014 na nossa tour na Europa, na Polônia pra ser exata. No nosso show, haviam pessoas com nosso primeiro EP lançado em 2009, o Synergy Through The Ashes. E veio um cara, com um cartaz enorme pedindo pra gente assinar. Cara, aquilo pra mim foi surreal, porque estar lá já era louco, quatro pessoas que foram com a cara e a coragem e nunca poderíamos imaginar que alguém lá de fato conhecesse a banda. E o outro, é obvio, que foi o convite pra tocar no Rock In Rio, em 2022. Eu demorei a acreditar que aquele convite era mesmo real até o Zé Ricardo falar comigo pessoalmente…rs
 Você sente alguma diferença na recepção da sua música por parte do público que em sua maioria é masculina em comparação com outras bandas ?
E eu acredito que tem haver com afinidade ao estilo, embora a Revengin hoje esteja meio que enquadrada na área do sinfônico pela necessidade que temos de rotular tudo… rs… Eu sinceramente não acho que seja genuinamente sinfônico o nosso estilo, pra ser honesta. E talvez por isso, por ter elementos que vão até o extremo,  eu não me atente tanto quanto a receptividade quando comparando estilos. A gente sempre teve uma boa resposta nos eventos que participamos. E hoje, nosso público seja formado por mais de 60% de homens. 
Como escolher a temática e mensagens que querem transmitir por meio da música?
A temática sempre é uma incógnita…. Rs… porque como escrevemos muito sobre o que estamos pensando, sentindo e etc, no nosso caso não tem como saber qual será a temática do próx. Álbum por exemplo. A gente cria as músicas e no final fazemos uma sessão de escuta e a temática aparece como passe de mágica….rs brincadeira, mas assim, isso é real, a temática se revela através das composições. Até porque, se estamos passando por algo, é natural que as composições estejam empregadas de um determinado sentimento, de uma ideia. Então a gente junta tudo e vemos o que aquilo tudo ali quer dizer.
Qual conselho para outras mulheres que estão considerando formar uma banda e entrar na carreira musical ?
O meu conselho, foca no objetivo. Porque merdas acontecem e vão sempre acontecer. Batalhas são travadas e vencidas todos os dias. O que define é aquela separação do “quanto custa e quanto vale”. E essa é uma questão que só nós sabemos. O segredo está no que resolvemos fazer com a informação que obtemos. O que fazemos com o “não” que temos. Entende? E quando assumimos essa responsabilidade, temos o poder de mudar a realidade a nossa volta. Então, não foque nos problemas que vão aparecer, porque eles vão. Foca no objetivo e busque o sim. O processo é a parte mais difícil, mas também é a mais gratificante.
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