Por Panda Reis – [email protected]

Bruno Gagliasso, Giovanna Ewbank … Dois seres humanos que tomaram uma atitude que poucos caucasianos bem sucedidos, tomariam, que contrariando as atitudes comuns dessa elite brasileira, adotaram uma menina de Malawi, no Sul da África, chamada Chissomo, apelidada Titi, de quatro anos.

Porém a nossa elite brasileira que prefere morar fora do Brasil para não sofrerem com os problemas estruturais e sociais do País, para se manterem bem longe também do povo, pois para essa elite, incomoda-se demais em conviver com o povo, e esse incomodo não é por compaixão com a pobreza, com o racismo gritante no nosso País, nem o descuido e temos para com os idosos, nem pela falta de creches , eles não se mudaram do País por questões nobres, mas por na se reconhecerem como parte desse povo, esse povo que nunca foi homogêneo, a formação do povo brasileiro foi feita pelas três etnias e a mistura delas, mas a elite se coloca como parte de apenas uma fração desse tri pé étnico, e sentados em cima da sua arrogância e visão eurocentrista, negando toda a formação genética em que o povo dessa nação se originou. Porém alguns desses dessa elite, não se contenta em apenas negar sua origem , negar os erros ancestrais e negando-se reparar esse erro, negando em reconhecer tudo que foi feito contra as outras duas etnias que compõem a formação do brasileiro, e pior , indo além , vendo nos outros, aqueles que têm em sua genética uma maior parcela africana ou indígena, e tratando esses , como sub-seres , inundando seus mentais e ações com ódio racial , ódio social e não se identificando como iguais , povos da mesma nacionalidade que se formaram a partir de uma história escravista , elitista e desigual.

Essa elite brasileira que nem são mais tão brasileiros assim, tem o podre prazer de se sentirem superiores e no direito de destilar preconceitos e discriminação nas redes sociais , mesmo a distância do Brasil.

Dayane Alcântara Couto de Andrade, que se apresenta como Day McCarthy, é brasileira, e mora em Las Vegas (e não no Canadá como declarado) e se alto denomina uma “socialite”, se achou no direito que demonstrar todo seu racismo e preconceito contra os descendentes africanos, atacando a pequena (e linda) Titi, que foi covardemente ofendida com termos que parece tirados de uma mulher escravista do século XIX, sem o menor constrangimento e usando uma das redes sociais mais populares, xingou , ofendeu não apenas a pequena Titi, mas seus Pais (sim , pais, pois pais são aqueles que cuidam , dão amor e proteção, e não apenas aqueles que gozam ou apenas pagam pensões) também, pouco importando-se para seu passado de prostituição, tanto aqui no Brasil em boates de Copacabana como em Virgínia, onde foi presa pela profissão sexual que exercia, nem mesmo ela tendo estado do lado das minorias, sofrido discriminação, fez dela uma pessoa melhor e menos preconceituosa, pelo contrário, consegue ver defeitos onde não tem e consegue elevar ainda mas seu preconceito racial e social.

Então isso resume bem em que ponto evolutivo da história humana estamos, aqueles caucasianos que livre do preconceito ancestral, quebram dogmas e “regras” , e mostram que o amor ainda existe e vai além de cores , cabelos e cor de olhos , que o amor toca em alguns de maneira tão inexplicável e diferente, que os medíocres , os pequenos de espíritos não coneguem entender. Não estou falando de reparar erros de antepassados, não estou falando em conscientização do que os antepassados deles fizeram com os nossos , estou falando de amor, estou falando de compreensão íntima, de sentimentos fortes e arrebatadores que tornam alguns brancos , ricos e bem sucedidos , de tal forma que muitas vezes fica difícil para compreensão de alguns e fica claro para o entendimento de outros.

Se o processo contra Dayane Alcântara vai prosseguir e fazer justiça, eu não sei, mas sei que a atitude de Bruno e Giovanna, já me fez sorrir e entender algumas pessoas que eu não entendia , hoje , posso entender gente como : Ângelo Agostini, Miguel Lemos, Teixeira Mendes, Eusébio de Queiros, Rio Branco, Joaquim Nabuco, Ruy Barbosa,Tobias Barreto, muito melhor que ontem, hoje mais duas pessoas brancas de olhos claro sabem mais um pouco (apenas um pouco), o que uma pessoa que sofre com o racismo sente, como ela fica por dentro, de que o racismo existe sim e nada tem a ver com vitimismo, pelo menos eles, dois brancos de olhos claros bonitos e bem sucedidos em um País pobre, perceberam que o racimos existe, perceberam a dificuldade que enfrentaram em criar uma filha negra em um País como o Brasil (pra não dizer do Mundo). Giovanna, Ewbak e Bruno Glagliasso, não tinham enxergado o racismo até hoje, nunca tiveram que pensar quais as consequências disso em uma pessoa, nunca tinham se dado conta que não basta apena não ser racista, tem que se fazer algo contra isso, e perceberam tudo o que a gente percebe e sente na própria carne desde que saímos do útero materno.familia-825x526

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