2021 chega e abrimos nossa primeira Review do ano com este maravilhoso trabalho do Oligarquia, um patrimônio do Death Metal Old School brasileiro.
Os caras estão na ativa destilando protesto coeso e incansável desde 1992. Muito Headbanger não era nem nascido quando eles já estavam berrando contra as injustiças, vale muito ressaltar.
Como era de se esperar, Oligarquia é Old School, e Old School permenecerá, fiel ao estilo este disco vem com 11 bombas cruas e violentas, mas há um detalhe a se mencionar, veio menos sujo sonoramente que discos anteriores, e a responsabilidade de deixar o som mais limpo foi do “Garage Studios” onde o disco foi gravado, mixado e masterizado.
Monopoly of Violence é um trabalho de 2018 que só foi lançado no fim de 2020, pela Poluição Sonora, e trás influências até de Doom em alguns pequenos vestígios.
A formação da banda, é Panda Reis (bateria), Allan (baixo), Guilherme Lopes (guitarra) e Victor Munhoz (voz e guitarra), mas este disco trouxe ainda algumas participações:
JP (Yekun): Vocais em We Must Die
Edu Vudu (Lobotomia): Vocais em Nada é Como Parece
Ascaris (Imperium Infernale) : Vocais em Summer Rain e Holders of Lies
Roque (DOR) : Vocais em Look to Me
Junior (Terrorcult, Hamok) : Solo em Left Behind
Augusto Lopes (Imminent Attack, ex-Torture Squad) : Solo em We Must Die.
Sobre o Disco
“Cocaine” abre com uma introdução melancólica com pitadas de Doom, e segue muito cadenciada, seguida por “Holders of Lies”, mais rápida e com vocais mais rasgados, um preparo para “Fascist Heart “ que ja inicia com pedais duplos, nome sugestivo para um ano complicado, então a faixa 4, “Summer Rain“ também com uma intro de dias sombrios traz a falsa sensação que o disco terá uma quebra de violência, logo esclarecida com riffs base que grudam na cabeça, vocais sequênciais e brutais, e uma cozinha muito bem ritmizada.
“Imminent Revolution”, este som mais calmo e serve tranquilo de trilha sonora pra um clipe de estrada (Fica a Dica Oligarquia) e mantém.se calmo com “Left Behind” sendo quebrado com vocais estridentes e rasgadoas mesclados ao gutural de “Ideological Jail”, “Look to Me” tras brutalidade comedida e “Holy War” minha preferida, e mais curta do disco, trás todo o gás da banda em 1,32 minutos, e já com um contraste a última autoral do disco e maior canção “We Must Die” é a personificação da banda, brutal nervosa, o ódio, a raiva molhando o papel de palavras em protesto consciente e resistente.
Para finalizar o disco, há um cover em Homenagem a uma das bandas mais icônicas de Hardcore do Brasil, o Lobotomia, trazendo uma versão sagas de seu maior clássico, confesso que jamais eria imaginado uma versão old de Death Metal de “Nada é Como Parece”, se superaram e fizeram uma ótima pancada.
Em suma temos um disco Que mescla muita raiva, muito protesto, bases firmes de guitarra, um baixo coeso e presente em todos os sons, uma bateria mais limpa que discos anteriores, certeiro, o disco foi impecável.
Liricamente? Não precisa se comentar muito, o disco fala por si, onde notóriamente explana situações sociais de forma geral e ampla por todo o mundo, a banda não retrata somente o caos brasileiro, mas também se preocupa com vários lugares injustiçados pelo mundo. A África também é um foco de atenção do grupo.
TRACKLIST
01. Cocaine (03:41)
02. Holders of Lies (02:41)
03. Fascist Heart (02:37)
04. Summer Rain (03:42)
05. Imminent Revolution (03:29)
06. Left Behind (03:17)
07. Ideological Jail (02:03)
08. Look to Me (03:05)
09 Holy War (01:32)
10. We Must Die (04:29)
11. Nada é Como Parece (Lobotomia) (02:52)
Nota: 9,0 / 10
por Iúri Cremo =@cremo_iu