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Entrevista respondida pelo guitarrista, Jean Patton.

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… um prazer entrevistar a banda, e ver toda essa correria de vocês se consolidar na cena nacional!

 

1 – Cara hoje o Project46 é uma das bandas que impulsiona o Metalcore no Brasil, nessa mescla de Hardcore e Metal. Já são mais ou menos 8 anos de luta, você pode nos contar como tudo começou?

Começou numa tarde sem compromisso de dois amigos regada a cerveja e muitas idéias.
No início, Vini e eu, nos juntávamos em minha casa com nossos combo Randall para criar alguns riffs. Em alguns dias, já tínhamos umas quatro músicas praticamente prontas e ficávamos tocando elas sem parar, repetidamente por horas. A coisa começou a tomar forma quando experimentamos tocar essas músicas com o restante da banda, baixo, batera e voz. Assim nasceu o Project46.

 

2 – Este mês vocês vão tocar ainda no Porão do Rock em Brasília, como headliners em um dos maiores festivais do Brasil. A presença constante da banda nos maiores festivais do país é uma premiação pelo trabalho sério desenvolvido?

Acredito que sim. Somos uma banda séria com muito foco no que fazemos e ao longo desses 8 anos, criamos um exército de fãs, que sempre querem o Project46 tocando em suas cidades. Não é diferente com festivais, temos fãs muitos assíduos por todo o Brasil, o que faz com que participemos de grandes festivais como o Porão do Rock. Somos sempre muito bem recebidos e os shows são muito intensos.

 

3- Qual a expectativa para o Porão do Rock? O que os fãs podem esperar?

Esse é a nossa segunda participação no festival e a terceira em Brasília. Todos os shows foram insanos e em 2014 fizemos um show curto porém com muita energia. Fizemos um show na tour de lançamento do nosso último álbum lançado, o ‘Que Seja Feita a Nossa Vontade’. Esse ano levaremos um show completo e com faixas dos dois álbuns da banda. Além disso, será o primeiro show do novo sangue, Baffo Neto, no comando dos baixos, em Brasília!

 

4- “Doa a quem doer” e “Que seja feita a nossa vontade”, qual a evolução segundo a visão da banda entre estes dois cds?

O ‘Doa a Quem Doer’ foi nosso primeiro álbum de estúdio e marca muito bem as raízes da banda, tanto musical quanto na parte lírica. Foi lá que mostramos pro mundo quem nós somos e pro que viemos. Também foi um disco que marcou muito pelo fato de ser nossa primeira experiência cantando em nossa língua nativa, o português. Uma mudança significativa para a nossa carreira.
Já o ‘Que Seja Feita a Nossa Vontade’ é um disco que quisemos extravasar, cuspir todos os demônios que nos incomodavam através de um disco rápido, sujo e desbocado. Juntamos isso com nosso inconformismo da situação social e política brasileira e assim ele tomou forma e espalhou essa mensagem de indignação, porém otimista, pelo Brasil afora.

 

5- O project46 sempre diz que não é uma banda política, mas suas letras sempre engajam causas sociais, de onde vem a inspiração para as composições? E como vocês vêem o Brasil nos dias atuais?

Realmente, não somos uma banda política. Fizemos o QSFNV com a intenção de atacar diretamente esse problema do nosso país. Ele é quase um disco conceitual. As letras desse disco refletem o que nos ronda, direta ou indiretamente. Falamos abertamente de questões graves ali, como corrupção, desonestidade, religião, drogas, crimes, manipulação, distúrbios, entre outros. Mas também temos mensagens positivas, de motivação, força, caráter e liberdade de expressão.
Nós não falamos apenas de questões negativas, sempre tentamos mostrar um outro lado da coisa, que só depende de você. E é nisso que o Project46 acredita.

O Brasil ainda passa por um período difícil porém esperançoso pois a partir do momento em que as pessoas começam a se preocupar mais com o próprio país, as coisas vão se endireitando. Nenhuma mudança acontece do dia pra noite. Podemos esperar aí, pelo menos mais 50 anos para vermos alguma mudança significativa para a condição dos brasileiros, mas isso não está nas mãos apenas de quem governa e sim dentro da consciência de cada cidadão.

A nossa manifestação vem através da música, ela é nossa arma nessa guerra.

 

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6- Ano passado o Vinicius Castellari se assumiu homossexual, você acredita que essa atitude por parte dele possa ter ajudado ou vem ajudando a dissipar o preconceito no meio underground que ainda existe?

Achamos uma atitude muito nobre e forte da parte dele, pois além de fazer bem pra ele mesmo, ajudou muitas outras pessoas a poderem ser felizes do que jeito que são, sem precisar se esconder de algum tipo de opressão da sociedade. Temos fãs de todas as vertentes e depois disso, o respeito aumentou e não temos nenhum tipo de problema com isso. Se existe um preconceito no underground, espero que ele continue bem longe dessa banda, porque não estamos aqui pra julgar ninguém e quem nos conhece, sabe o quanto não toleramos desrespeito.

7- Jogo rápido:

4 bandas nacionais:
Sepultura, Krisiun, Claustrofobia e Raimundos.

4 bandas internacionais:
Pantera, Metallica, Gojira e Meshuggah.

1 livro:
My Bloody Roots – Max Cavalera

1 cd:
Vulgar Display of Power – Pantera

Project46:
Metal até a morte. Meu projeto de vida!

Metalcore:
Muitas bandas boas surgiram, poucas restaram.

Brasil:
Um país sensacional que tem a chance de ser o primeiro. O que estraga são as pessoas.

Violência:
Covardia/ignorância porém ‘as vezes’ é preciso…

Políticos e sua política:
Do jeito certo, com honra e dignidade faz muito por uma nação. No Brasil virou farra, totalmente desrespeitoso e sujo.

Uma frase:
Seja sua própria fé.

 

8- 2017 promete material novo?

Sim. Estamos no processo de composição do novo álbum, com muita calma, sem grandes pressões. Queremos fazer um álbum sólido e consistente. A raiz está voltando! Aguardem…

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9- A banda traça uma rota diferente da maioria dos grupos do estilo, canta em português. Porque tal escolha?

Decidimos que tínhamos que falar diretamente com os brasileiros, e expressar com todas as palavras quem somos e como pensamos. Ao mesmo tempo mostrar o quão forte é nossa cultura e musicalidade para quem é de fora. Foi uma escolha unanime que gerou e ainda gera muita curiosidade pra quem ouve.

 

10-  Quais são as maiores ambições a curto prazo do grupo?

Conquistar o resto do mundo e levar o nome do Brasil junto!

 

11- Contatos e merch:

Leve o Project46 para a sua cidade: [email protected]
Loja virtual com todos os produtos oficiais a pronta entrega: http://loja.project46.com.br/

 

12- Mensagem final aos leitores do CEP:

Obrigado a todos que nos apoiam, e apoiam o metal/rock nacional. Vocês são combustível que precisamos nos alimentar todos os dias para fazer o que fazemos. Continuem consumindo a música, se munindo de informação, vá aos shows e propague a palavra e o som para seus amigos e a quem você se importa. Mantenha essa chama acesa.

Obrigado CEP pelo espaço. Muito respeito pelos profissionais que trabalham com seriedade em prol da cultura e entretenimento em nosso país.

Esperamos todos vocês no Porão do Rock dia 29/10 pra quebrar tudo e lavar a alma!

Abraços
Jean Patton | Project46

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Cremo
Sejam bem-vindos ao meu mundo onde a música é pesada, a arte visual é uma paixão e a tecnologia é uma busca incessante pela excelência. Sou um aficionado por Death, Thrash, Grind, Hardcore e Punk Rock, trilhando os ritmos intensos enquanto mergulho no universo da fotografia. Mas minha jornada não para por aí; como programador e analista de segurança cibernética, navego pelas correntes digitais, sempre sedento por conhecimento e habilidades aprimoradas em um campo em constante mutação. Fora do reino virtual, vibro intensamente com as cores do Boca Juniors, e meu tempo livre é uma mistura de leitura voraz, exploração de novos lugares e uma pitada de humor. Seja nas areias da praia, nas trilhas das montanhas, acampando sob as estrelas ou viajando para terras desconhecidas, estou sempre pronto para a próxima aventura. E claro, não há nada que eu ame mais do que arrancar um sorriso do rosto das pessoas com minhas piadas e brincadeiras. Junte-se a mim nesta jornada onde a música, a tecnologia, o esporte e o entretenimento se entrelaçam em uma sinfonia de diversão e descobertas. E lembrem-se: Hail Odin e um firme 'foda-se' ao fascismo e ao nazismo!