Depois de algumas matérias voltamos para Lages – SC, porque? Recentemente me mudei de lá e sendo bem realista não é um lugar onde a cena é forte e bem organizada mas sempre tem algo acontecendo em prol do autoral e o Guego esta sempre no meio disso tudo.
Guego Anselmo sem duvida é um cara que faz acontecer na cidade, montou um estúdio de ensaios com preço justo pro pessoal ensaiar e praticar seu instrumento, é músico conhecido na cidade pelas bandas John Liar e Cártamo, organizou shows ano passado pela cidade junto com a fundação cultural e é o atual administrador dos shows no Fatboo Studios.
Confere a entrevista que o Cultura em Peso (CEP) teve com ele que ficou dahora tio piazada!!
CEP: Como começou seu envolvimento com a cena e bandas autorais?
Guego: Primeiramente, obrigado pelo espaço, Marcus.
Comecei a frequentar festivais de bandas de hardcore em Lages quando tinha por volta de 15/16 anos (2002/2003) e de cara curti toda aquela vibe que rolavam nos eventos. Depois de alguns festivais surgiu a vontade de tocar, alguns amigos e eu resolvemos montar banda e aprender a tocar alguma coisa, escolhi o baixo mas devido a concorrência acabei indo para a guitarra. A partir daí a coisa foi evoluindo e depois de alguns vai e vêm de bandas e shows nos festivais da cidade, comecei a fazer som autoral. Foi passando o tempo e resolvi fazer meu primeiro evento junto com os brothers (Pato e o Steffan se não me engano) surgindo o “For Friends Festival” em 2004 no antigo “Armazém”, de cara rolou Swallow The Waffle e Gastrol de Balneário Camboriú e mais umas bandas locais que não me recordo mas acho que era a Lost Spitz, Sgok, Spoken (banda do Steffan na época) e a Alkalify (foi minha primeira banda com som autoral). Depois disso não parei mais, íamos muito a festivais em Balneário Camboriú (era a capital do HC em SC na época, com festivais internacionais e nacionais), fui me envolvendo com a galera cada vez mais, gravei com a Alkalify duas demos lançados no falecido Tramavirtual. Após um tempo muita galera foi abandonando esses rolês e ate que em 2007, por aí, com a cena morrendo e com a faculdade precisei dar um tempo de banda e festivais… Após um ano ou ano e meio voltei a tocar, fui baixista na Hamitas até 2010, tocávamos um som autoral, gravamos um álbum mas só foi lançado digitalmente. Em 2010 retornei a guitarra e passei por algumas formações de bandas de HC, até montar a John Liar com o Caique Agustini e o Diogo Silva (piazada sempre envolvida nos rolês e bandas) em 2014 e com Steffan (que entrou em 2017), gravamos duas demos e um single até 2018 onde precisamos dar um tempo devido aos compromissos profissionais da galera. Também divido minhas criações com a Cártamo (antiga New Drive) já lançamos uma demo e até hoje estamos na ativa. Em 2016 abri o Rumore Estúdio Musical, estúdio para ensaios de bandas. E desde ano passado passei a integrar também a banda Os Antibióticos, galera que tocava desde o fim dos anos 90 e que estavam parados a um tempo e que estão voltando devagarinho, quem sabe role algo bacana pra esse novo ano…
CEP: Qual você acha que foi o impacto do projeto “Palco Aberto Marajoara” para a cidade de Lages e todas as bandas.
Guego: Impacto foi muito positivo, inclusive pra mim. Foi participando das reuniões de capacitações e conversando com alguns envolvidos com o projeto que tive a ideia de montar o meu estúdio de ensaios. Para a cena local também acho que foi positivo, muitos músicos passaram a conhecer muita coisa sobre ser músico, ser profissional e um pouco de tudo que envolve ter banda e querer viver disso, muita galera boa que participou desse projeto vem mandando muita sonzeira foda…
(Não sabe o que é o Projeto Palco Aberto Marajoara? Clica aqui na entrevista com Thomas Michel)
CEP: Como começou o Estúdio Rumore? Foi uma ideia para suprir a sua necessidade e posteriormente virou um “ganha pão”?
Guego: O Rumore Estúdio Musical surgiu exatamente durante minha participação no projeto “Palco Aberto Marajoara”. Desde que comecei a tocar sempre tive a vontade de ter um estúdio, mas não tinha noção e conhecimento dessa área para poder empreender. Depois de algumas conversas com Eduardo Viccari “Xuxú” (na época era um dos proprietários da Célula de Floripa) passei a perceber que realmente queria isso, fui atrás, e meses depois acabei abrindo em um local improvisado para conhecer como seria trabalhar com a galera e acabei gostando, depois disso resolvi construir uma sala em minha casa e já se vão quase 1 ano e meio de funcionamento… Como na cidade havia poucas opções, montei para suprir uma fatia desse mercado e também ao pessoal que tenho envolvimento desde que comecei a tocar etc…
CEP: Como funcionou os shows que tiveram em Lages esse ano? Qual foi o seu envolvimento?
Guego: Em 2018, tive envolvimento em 8 festivais/shows no Fatboo Studios como organizador, com bandas locais e 1 show nacional com a banda Menores Atos do RJ. Fiz um workshop de técnica vocal e canto no meu estúdio e fui assistente na Mostra de Arte e Cultura de Lages. E claro também rolou alguns shows pelo estado com a minha banda Cártamo, fizemos shows em Lages (Abrimos pro Menores Atos, tocamos no Santana’s Sunday), Tubarão (O Subsolo Festival 2), Rio do Sul e Balneário Camboriú (abrindo pro Bullet Bane de SP)…
CEP: Quantas bandas participaram?
Guego: Esse ano fiz eventos com as bandas Umdez, 355, El Camino, Venerdi, Guanxuma, Vermouth, Curto Circuito, Menores Atos (RJ), Cártamo, Affix, Orquídea Negra, Jhonny Bus, Cubozoa e fechamos o ano com especial de Natal com a Família Vegana que foi um sucesso novamente…
CEP: Após a saída do Steffan da cidade os shows no Fatboo continuaram com a sua organização e continuo vendo muitos shows de bandas autorais da cidade, conte como é organizar esses shows e a sua relação com os músicos da cidade.
Guego: Com a viagem dele resolvemos montar uma parceria para que os eventos com as bandas não parassem. Desde setembro estou organizando tudo e está uma correria kkkk alguns eventos foram sucesso, outros com prejuízo… Para mim é muito prazeroso e gosto de conviver com a galera da música, infelizmente como temos custos nos eventos é provável que para 2019 teremos algumas alterações nas formas de atrações… Com essa experiência de mais de 15 anos com música, tenho ótima relação com a maioria da galera que toca na cidade…
CEP: Recomende algumas boas bandas da sua cidade.
Guego: Na cidade tem muita banda foda, vou recomendar as autorais que tenho mais apreço, espero não esquecer de ninguém: Cubozoa, Megaluce, Venerdi, Onda Astral, Mandíbula, John Liar, Cártamo, 355, Raccoon Club, Nona Avenida, El Camino, Guanxuma, Groove Haze, João Vedana, Os Antibióticos, Nova DC, Affix, Little Boy, Blood Eyes, Plunder, The Torment, Infernal War e etc… provavelmente esqueci de algumas, mas a maioria tá aí kkk
CEP: Quais são seus projetos atualmente?
Guego: Atualmente sou guitarrista das bandas Cártamo, John Liar e Os Antibióticos. Proprietário do Rumore Estúdio Musical e administrando os eventos no Fatboo Studios.
CEP: Deixe um recado pro pessoal da cena autoral
Guego: Galera que manda um som próprio, não desanimem. Nada se compara com a sensação e prazer de tocar suas próprias criações. Continuem inspirados e nos trazendo mais coisas boas, porque as coisas boas são para sempre né, é o nosso legado.
CEP: Deixe um oi/tchau/salve aos leitores do Cultura em Peso.
Guego: Obrigado por lembrar de mim, fico muito grato e muito feliz em participar dessa entrevista pro Cultura em Peso, desejo todo sucesso a página, a equipe, ao público e a galera que faz sons fodas em Lages, Santa Catarina e no Brasilzão. Que vocês continuem apoiando e fazendo acontecer na nossa cena, um beijo e um grande abraço!!
Fico a disposição de vocês para quem quiser conhecer as minhas bandas, meu estúdio, trocar uma ideia ou bolar algum evento nas Lagens.
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