Sabe aquele papo de “quer apoiar a cena da sua cidade sem dinheiro? Compareça nos shows”, esse é o nosso entrevistado de hoje, Hamon Ataide não é um cara conhecido na cidade por organizar grandes festivais, mas por sempre estar nos shows autorais da cidade e pelo seu canal Viva La Cena, por isso o Cultura em Peso (CEP) vai bater um papo com ele hoje.
Viva La Cena é um pequeno canal do Youtube que usa a metodologia “Do It Yourself”, desde sua criação Hamon aprendeu a fazer as entrevistas, vídeos e edição fazendo, o canal é principalmente dedicado a Cena Autoral de Lages e região, onde podemos ver os quadros como “Conheça +”, “Minha história na Cena” e coberturas de shows.
O melhor título sobre o Hamon está em uma entrevista que ele deu para o canal de José Cardoso “Conheça (se ainda não conhece) Hamon Ataíde”, podemos dizer que ele é o embaixador da Cena lageana, ir num churrasco com o Hamon é começar e acabar a noite com o violão tocando Nona Avenida, Megaluce, Catarse, Little Boy entre outras diversas bandas lageanas.
Por fim, Hamon é vocalista e guitarrista da banda Little Boy, metido a Youtuber, nasceu em Brasília, já morou na Amazônia, mas hoje mora em Lages.
Confere o papo que o CEP teve com esse rapaz:
CEP: De três anos pra cá muita novidade vem ocorrendo na cena lageana um destaque na minha visão é o Viva La Cena, um canal no YouTube que já falou e divulgou muita banda da cena independente. Nos conte como foi a ideia de montar o canal.
Hamon: Tava na moda ter um canal no YouTube e é claro que eu também queria, achei uma ideia legal, mas eu não tinha conteúdo, então eu criei o canal mostrando o que eu gostava de fazer, ir nos rolês de rock da minha cidade, falar de rock e mostrar essa cena legal de rock da cidade, foi uma ideia que deu certo e foi inédita aqui na cena, mas por outro lado sofri muito preconceito e ninguém apoiou, quem apoiou foi depois que viu os primeiros resultados.
CEP: Qual o foco principal do Viva La Cena?
Hamon: É mostrar no Youtube como é a nossa cena, mas as vezes eu me distraio fazendo uns vídeos diferentes sobre coisas interessantes no rock e mostrando a nossa cultura aqui no geral.
CEP: Porque você cortou os cabelos???
Hamon: Eu cortei o cabelo porque vivemos numa geração porta retrato, onde a gente tem que obedecer certos padrões para viver bem, coisa que eu acho ridículo, aí por pressão familiar e outras pessoas não gostarem do meu estilo cortei, mas logo meu cabelo ta crescendo e não vou repetir o mesmo erro.
CEP: Como é sua relação com os músicos da cidade? É fácil convida-los para entrevistas?
Hamon: Na minha parte eu sempre tento manter uma boa relação, porem se eles não quiserem ter uma boa relação comigo não tenho o que fazer, as vezes é difícil chamar eles para entrevistas no canal, as vezes é fácil, depende muito das pessoas, mas eu sempre procuro ter a melhor relação possível com os músicos da minha cidade.
CEP: Foi difícil os shows autorais da cidade que eu não te vi, da onde vem essa vontade de apoiar tanto o pessoal?
Hamon: Não é nem tanto pelo fato de apoiar, é porque eu gosto da cena autoral e ir nos rolês, eu gosto de estar nos shows porque sempre diverte/ajuda/motiva o cara, recomendo a todos irem sempre porque é uma vibe de outro mundo.
CEP: Overdrive ou Fuzz?
Hamon: Delay
CEP: Indique algumas boas bandas autorais da região.
Hamon: Megaluce, todo mundo tem que conhecer a vibe deles e quero logo que voltem. P115 banda de punk rock de Tubarão – SC, muito massa. Acidemia, projeto paralelo do baixista Henrique Soares, da Blood Eyes e Maquinários. Cherry Ramona, escutem é muito divertido. A antiga Hemisférios pena que já se foi com polenta e Adorável Clichê.
CEP: Se você pudesse voltar lá no dia que criou o canal Viva La Cena, mudaria alguma coisa ou tudo valeu a pena?
Hamon: Cara, é claro que eu mudaria sim, pois eu penso que a gente sempre tem que estar evoluindo e mudando, eu mudaria, aumentaria a qualidade dos vídeos e pararia de gaguejar, porque eu gaguejo muito. Mas por outro lado tudo valeu a pena sim
CEP: Atualmente além do Viva La Cena quais outros projetos você tem feito
Hamon: Além do Viva La Cena, eu tenho minha banda a Little Boy, uma banda muito exótica, onde eu tenho a ajuda de Pedro Manoel Ventura Neto e Charles Santana, ótimos amigos e músicos, não tinha como fazer essa entrevista sem falar deles e recentemente eu fiz o curta metragem “Velório do Rock”, que é um critica a era atual do rock no século 21, crítica sobre as pessoas não terem mais a mesma atitude e mesmo propósito do rock’n roll ao contrário disso fazem status e demagogia.
CEP: Se você fosse para uma ilha deserta, quem e o que você levaria?
Hamon: Eu levaria meus óculos e a cena inteira para a ilha deserta!
CEP: Recentemente sua banda lançou um EP totalmente gravado em casa. Conte-nos sobre o EP, foi sua primeira gravação caseira?
Hamon: Na verdade foram lançados dois EP’s o “Zona de Perigo” que tem as músicas mais punk’s e agitadas e o outro foi “Tempos de Garagem” que é mais melancólico, calmo e mela cueca, ambos foram gravados na garagem literalmente, foi uma experiência que condiz com a proposta underground da banda e foi proposital pra mostrar pra galera o faça você mesmo e que existe boas músicas gravadas na garagem, fazendo analogia a uma HQ mal desenhada mas com uma boa história e futuramente, claro que faremos gravações profissionais, essa é só a primeira página da história. E não foi minha primeira gravação caseira, foi só a primeira que eu divulguei
CEP: Qual a dica para alguém que está começando com sua banda autoral? E como fazer para mandar o material para o Viva La Cena?
Hamon: Acho que a dica é que precisa ter na cabeça que não é por você ter um sonho tudo vai ser fácil e todos vão te apoiar, mas se você precisa batalhar e acreditar no teu sonho, isso vai fazer toda a diferença e não esqueça de ter paciência e humildade com os teus companheiros, nunca queira ser maior do que alguém até porque você não é, você é só mais um, nada vai ser fácil.
Para mandar o material pro Viva La Cena é bem simples, em todos os meus vídeos tem o meu contato na descrição, o Facebook é o que eu mais uso, lá você pode mandar uma mensagem com o material, trocar uma ideia e obviamente vou estar escutando e divulgando.
CEP: Deixe um salve/oi/tchau/saudação para os leitores do Cultura em Peso.
Hamon: Então é isso Cultura em Peso, obrigado pela oportunidade, espero ter ajudado, peço que sigam nas minhas redes sociais e A CENA PRECISA DO SEU JÓINHA!!