Ablaze Metal Fest – 19/02/2022 Fenac em Novo Hamburgo/RS

No final do ano passado, após praticamente 2 anos sem eventos de metal extremo, a produtora Ablaze reabriu as porteiras e trouxe o Extremo Sul. Festival que aconteceu em dezembro, no Bar Opinião em Porto Alegre e contou um cast matador, produção impecável(nível Ablaze) e já demonstraria qual seria a pegada dos eventos que estariam por vir, e não são poucos. Para escancarar de vez a porteira dos eventos de 2022 por aqui, o ano começou com o Ablaze Metal Fest. Com um cast de peso literalmente e aproveitando a estrutura de outro evento da Ablaze que aconteceu uma semana antes no mesmo local, esse festival foi uma verdadeira maratona de metal, no melhor sentido da palavra. Foram 8 bandas, comida e bebida de qualidade e outras atrações que fizeram o sábado do público que prestigiou o evento, memorável. Foi a primeira vez(fora as exposições) que o Preto no Metal esteve presente em um evento, e tivemos a oportunidade de trocar uma ideia com a galera pessoalmente, o que foi gratificante demais para nós do coletivo.

Atropina – Foto Indy Lopes

Às 18h pontualmente, o Atropina subiu ao palco para iniciar os trabalhos da noite, com uma apresentação coesa. A banda já é uma velha conhecida do público e apresenta um Death Metal cantado em português de extrema qualidade, riffs cortantes, cozinha precisa e vocais marcantes. O set iniciou com Lágrimas Mortas do ótimo e mais recente “Prego em Carne Podre(2021)” e seguiu com músicas como a própria Prego em Carne Podre, Delírios Assombrados e Psicopatia. Mas além do restante do set contar com ótimas músicas, o setlist sempre conta com “intros” para alguns sons, o que deixa o show com uma pegada mais “atmosférica” e remete diretamente aos discos. Enfim, é sempre um prazer assistir um show do Atropina, pois profissionalismo e carisma são evidentes. Tenho certeza que a galera sempre sai com o mesmo pensamento de satisfação: “Que banda massa!”.

Mithrubick – Foto Indy Lopes

Seguindo a ordem da desgraça, vem o show do Mithrubick e pra mim que não tinha visto a banda ao vivo ainda, foi uma grata supresa. Que show pesado! E agradou muito a galera também, que agitou e elogiou muito a banda pela performance daquela noite. Com um setlist concentrando nos trabalhos mais recentes e com músicas fortes como Systematic Slavery e Cycle of Demise o Mithrubick agradou em cheio o público ávido por peso e agressão. Um dos destaques do setlist foi o cover de Napalm Death, Suffer the Children. Os caras conseguiram deixar o que já é o extremo do peso, ainda mais pesado. Sensacional!

 

Carniça – Foto Indy Lopes

Então foi a vez do Carniça, outra banda que é velha conhecida do público underground, tocar. Infelizmente estava desfalcada. O baixista que recém entrou na banda, precisou assumir as guitarras no show, pois o guitarrista infelizmente contraiu o famigerado COVID-19 e com isso não pode se apresentar. Então em respeito aos fãs da banda e a todos, o Carniça se apresentou mesmo assim, e diante de um tremendo esforço para dar o seu melhor no palco, foram aclamados como um exemplo de garra e dedicação. Fiquei muito surpreenso com o cover inusitado de Poweslave do Iron Maiden, já que a banda é outra porradaria só. Porém a versão do clássico dos ingleses ficou muito bem arranjada e foi muito bem executada.

 

Harmony – Foto Indy Lopes

Então que nos deparamos com o Harmony Fault no palco e o festival Goregrind começou. A banda de Lajeado/RS apresentou outra patada pesada na fuça dos presentes, e mostrou uma performance caótica e brutal no melhor sentido da palavra, especialmente pelo vocal que interpreta as letras de forma insana. O set começou com “Vômito”, passando por “Os Dentes de Berenice”, “Rua do Arvoredo”, Sangue e Vísceras”, entre outros sons. Ou seja, um prato cheio de podridão e nojeira para os fãs da mais pura expressão gore. Divertido e perturbador, como deve ser.

Postmorten – Foto Indy Lopes

Chegou a hora do Postmorten INC subir ao palco e devastação foi total. O Death Metal com claras influências da velha escola dos anos 90 atingiu o público como um tijolo no peito. O disco “The Conqueror Worm” foi tocado praticamente na íntegra e contou com sons como: “Warfield Earth” e “Disfigured in Solitude” e para o deleite dos presentes a banda entrega um Death Metal impiedoso e que soa muito bem aos ouvidos que clamam por desgraça sonora. Riffs na pegada dos antigos Morbid Angel e Deicide, a banda é um dos destaques no cenário extremo no Rio Grande do Sul. Se você ainda não viu, dê seu jeito, pois vale a pena.

Desalmado – Foto Indy Lopes

O Desalmado sobe aos palcos gaúchos pela primeira vez e devo pontuar: Que estréia! Os caras são gigantes no palco, com presença e atitude, agressão crua e seca em alguns momentos, tensão e preparação para mais desgraça em outros. No setlist, a abertura ficou por conta do som que leva o nome do trampo mais recente da banda, “Mass Mental Devolution”, passando por “Privilege Walls”, “Hidra” e como destaque eu apontaria a “Esmague os Facistas”, por motivos óbvios e porque o som é foda mesmo. O frontman Caio domina o palco e manda o papo reto, quanto ao posicionamento da banda e sobre eles acreditam. O recado foi dado e tenho certeza que a galera se identificou e assinou embaixo. Que seja a primeira das muitas vezes que desejamos ver o Desalmado nos palcos do sul.

Exterminate – Foto Indy Lopes

Exterminate, extermina. Isso é fato. Também conhecidos de longa data no cenário extremo, a banda chuta o balde no quesito brutalidade e massa sonora. Nada fica incúlume a um show do Exterminate, isso eu garanto. Sendo o segundo show da banda com o novo guitarrista Felipe Nienow, eles já mostram um entrosamento monstro e de forma natural destilam um set matador. Apesar de pequenos problemas técnicos com as guitarras no início do show, a apresentação foi impecável e os problemas não ofuscaram a performance da banda. Preparando o terreno com uma intro, o set começou com “Pray for a Lie” que leva o nome do último álbum da banda, mas seguiu destilando raiva e destruição, com: “Blind Faith”, “Bells of Damnation” do disco anterior, “Burn Illusion”, mas teve até som do Mental Horror no set, então a galera que acompanha o Exterminate/Mental Horror há tempos pôde sair satisfeita. Destaque para o som novo “The Gates of Armaggedon” que já monstra que em breve tem mais destruição exterminadora pela frente.

Rebaelliun – Foto Indy Lopes

Para o Rebaelliun coube a nobre tarefa de acabar com qualquer resto de sanidade, saúde e disposição que o público ainda tinha, após essa avalanche de metal da morte. O que nos deixou extramente orgulhosos, pois foi um final digno de ficar em nossas memórias. Confesso que encontrar o público ainda sedento por música extrema depois de 7 atropelamentos musicais dos mais brutos, foi outra grata surpresa. E para fazer valer a sede de tocar(afinal, foram 2 anos sem shows por conta da pandemia), a banda começou o set com as clássicas “At War” e “Spawning the Rebellion”, seguidos sons dos trabalhos mais recentes da banda. Foi um privilégio poder compartilhar um som novo com o público, e mostrar um pouco do que vem por ai com o disco novo da banda. A música “All Hail the Regicide” teve uma boa aceitação da galera e já dita como será a abordagem nesse novo trabalho do Rebaelliun.

É, pessoal. Está oficialmente aberta a temporada de brutalidade insana nos palcos desse país de loucos. Parabéns a Ablaze Productions e todos os envolvidos em entregar esse evento que marcou esse ótimo começo com pé direito dos eventos em 2022. Que venham mais!

Resenha Lohy Silveira

 

FOTOS DO EVENTO NO LINK ABAIXO:

https://www.facebook.com/media/set/?set=a.5030324133696996&type=3

Facebook - Comente, participe. Lembre-se você é responsável pelo que diz.