Mais novo recente álbum da banda de Hard Rock Queens of the Stone Age, In Times New Roman (2023) continua fiel a seu som e até mais visceral que seu antecessor Villains (2017), disco esse com uma atmosfera “sarcástica” e até meio dançante, mas sem deixar de lado o peso; um som mais ousado e diferente, não lembrando muito QOTSA, embora não seja um disco ruim.
Olhando um pouco para trás, o Queens of the Stone Age teve origem em 1996 com Josh Homme, figura muito presente no estilo Stoner Rock. Tocava em bandas e projetos do estilo como Kyuss e Desert Sessions. Não raro, muitos álbuns do QOTSA são pesados e bem atmosféricos, lembrando muito a origem e passado da banda e de seus projetos paralelos.
Alguns trabalhos soam quase inteiramente atmosféricos como Rated R (2000) e Lullabies to Paralyze (2005) por exemplo. O de estreia (1998) já tem faixas mais eletrizantes também além das faixas mais sombrias. A partir do …Like Clockwork (2013), pode-se dizer que a banda seguiu um padrão mais comercial, inclusive agradando a grande mídia e crítica. Um caminho mais palatável, diga-se, mas não necessariamente ruim.
Logo depois, veio Villains que soa ainda mais digerível e agora In Times New Roman, que volta a soar mais pesado, com muitas faixas eletrizantes e de maior astral. Possivelmente espantem alguns fãs mais fissurados da banda e até de Stoner Rock. Ainda que o álbum não seja decepcionante, importante frisar que ele não carrega uma vibe saudosista que uns podem estar esperando.
O álbum é carregado de faixas que dão gosto de ouvir e reouvir, algumas até meio pegajosas. É uma obra com bom valor replay, lembra um pouco seus companheiros do Foo Fighters, só que mais ousada. Lembrando que os dois lançaram discos no mesmo ano e, visto a proximidade das duas bandas e turnês passadas, pode ser que as duas bandas sejam vistas fazendo turnês juntas novamente.
Sinceramente, é muito bom ouvir uma banda voltando com uma obra de rock puro e sincero. Acontece muito de bandas tentarem inovar e acabarem entregando algo defasado e facilmente obsoleto, claro que as chances de uma tentativa de inovação darem certo ou errado, é sempre 50-50. Existem dezenas de exemplos de bons discos diferentes de bandas específicas que costumam seguir em um único estilo. Mas pode-se dizer, que o QOTSA entregou um álbum sem muita firula e realmente muito bom de ouvir. Embora sem a lógica mais “grunge”, carregada e contemplativa que já tiveram em renomados trabalhos do passado.
Altamente recomendado.
Nota do editor: 8/10