Na última sexta-feira de fevereiro, o LAV – Lisboa Ao Vivo foi palco de uma noite memorável, organizada pela Prime Artists. Com um público fervoroso, os britânicos Green Lung, acompanhados pelos norte-americanos Unto Others e Satan’s Satyrs, proporcionaram um espetáculo avassalador, repleto de peso, riffs contagiantes e atmosferas imersivas.
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SATAN’S SATYRS

Pontualmente às 20h, os Satan’s Satyrs subiram ao palco para dar início à noite, marcando seu retorno à Europa. Conhecidos por sua fusão de doom metal e psych rock, com fortes influências do rock clássico dos anos 70, a banda entregou uma performance precisa, ainda que breve.
Sem rodeios, começaram com a energética “Thumper’s Theme”, emendando sem pausas “Full Moon And Empty Veins” e “Black Souls”, mantendo a plateia atenta. O setlist percorreu diferentes momentos da carreira, incluindo faixas marcantes como “Pulp Star” e um vislumbre do mais recente álbum, After Dark (lançado em agosto de 2024), representado pelas músicas “Quick Quiet Raid” e “Iron & Ivy”.
A banda demonstrou grande entrosamento e uma excelente execução instrumental, com um estilo visual excêntrico que remetia à estética exagerada dos anos 70. No entanto, apesar da qualidade musical, a interação com o público foi mínima, e a apresentação careceu de momentos mais intensos.
Na reta final, seguiram com “Two Hands” e “Show Me Your Skull”, encerrando com “Alucard”. Após cerca de 30 minutos de show, o vocalista Clayton Burgess apenas soltou um breve “Thank you, see you later. Bye!” antes de deixar o palco. Mas apesar da despedida discreta, a banda foi calorosamente aplaudida pelo público.
UNTO OTHERS

Diretamente de Portland, os Unto Others subiram ao palco às 20h45, trazendo uma fusão impecável do seu gothic rock e heavy metal. Com riffs intensos e uma presença de palco magnética, a banda entregou um show eletrizante, que conquistou o público desde os primeiros acordes.
Abriram o set com “Butterfly”, um dos grandes destaques do novo álbum Never, Neverland, e com a casa já bem cheia, a interação entre banda e plateia foi instantânea. A energia crescia a cada momento, especialmente com “Momma Likes the Door Closed”, onde o público já estava completamente imerso na atmosfera obscura e envolvente do show.
O vocalista Gabriel Franco mostrou-se um frontman direto, mas excepcional, enquanto o carismático Sebastian ‘Spyder’ Silva incendiava o palco com sua presença vibrante, giros frenéticos e cabelos esvoaçantes.
Sem dar trégua, seguiram com “Nightfall”, “Fame” e “Jackie”, mas foi com “Suicide Today” que a casa tremeu – um dos momentos mais marcantes do show, com o público cantando junto e batendo cabeça sem parar. A intensidade se manteve com “Raigeki”, em que a mala continuava cantando a plenos pulmões, consolidando ainda mais a conexão entre banda e fãs.
O setlist seguiu impecável, trazendo faixas aclamadas como “It Doesn’t Really Matter”, a sombria e cativante balada “Can You Hear The Rain”, e a energética “Heroin”, que arrancou gritos e aplausos entusiasmados. Já na reta final, o cover de “Pet Sematary”, dos Ramones, trouxe um toque do punk rock, deixando o público muito feliz.
Para encerrar a noite com chave de ouro, “Dragon, Why Do You Cry?” e “Give Me To The Night” incendiaram o LAV, com todos cantando ferozmente. Foi nesse momento que rolou o primeiro crowdsurfing da noite, com uma fã indo até o pit.
Sem dúvida, uma apresentação intensa, vibrante e inesquecível, que despertou de vez a plateia e preparou o terreno para o que ainda estava por vir!
SETLIST:
1. Butterfly
2. Momma Likes the Door Closed
3. Nightfall
4. Fame
5. Jackie
6. Double Negative
7. Suicide Today
8. Raigeki
9. Why
10. It Doesn’t Really Matter
11. Can You Hear The Rain
12. Heroin
13. When Will God’s Work Be Done
14. Time Goes On
15. Flatline
16. Pet Sematary
17. Dragon, Why Do You Cry?
18. Give Me To The Night
GREEN LUNG

Pontualmente às 22h15, os Green Lung tomaram o palco envoltos em uma atmosfera sombria e mística, incendiando o LAV em pura celebração. A imponente cabeça de Ooser surgiu no palco, e com a poderosa “Templar Dawn”, deram início ao ritual. O público, imediatamente capturado pela energia soberana da banda, mergulhou no headbanging que se espalhava como fogo pela plateia.
Sem dar trégua, seguiram com “Mountain Throne” e “Reaper’s Scythe”, elevando a agitação a um novo patamar. Cada nota era afiada como uma lâmina, tornando impossível ficar parado. O hino “Lady Lucifer” levou os fãs a cantarem e dançarem com ainda mais fervor, seguido pela intensa “The Forest Church”, consolidando a conexão hipnótica entre banda e público.
O vocalista Tom Templar é um verdadeiro showman: teatral, carismático e dono de uma voz potente, alcançando notas altíssimas com uma técnica invejável. Sua simpatia e proximidade com os fãs tornaram o show ainda mais especial. Mas o brilho não era só dele – a banda inteira é uma máquina perfeitamente ajustada, tanto musicalmente quanto na entrega energética.
A introspectiva “Song of the Stones” trouxe um momento de transe, suavizando momentaneamente a atmosfera. Os tambores densos criaram um clima ritualístico, enquanto a voz de Joseph Ghast se fundia com a de Templar em uma harmonia perfeita.
A calmaria, no entanto, foi passageira. A energia voltou com força total em “Woodland Rites”. Entre os destaques da noite, “Hunters in the Sky” iniciou pequenos moshs, que evoluíram para círculos frenéticos com “Maxine (Witch Queen)”, enquanto o público pulava e cantava, incansável.
Na reta final do set principal, “Graveyard Sun” foi ovacionada, encerrando essa primeira parte sem despedidas – deixando os fãs ainda mais eufóricos para o esperado encore. Quando retornaram, vieram com tudo: “The Harrowing” e “Old Gods” incendiaram a plateia, elevando o show a um nível quase transcendental, com ainda mais headbangings, coros ensurdecedores e dança frenética.
Na reta final, para a tristeza dos fãs que queriam mais, “Let The Devil In” e “One for Sorrow” fecharam a noite com peso e maestria. Durante a última faixa, a entrega do público foi visceral – moshs frenéticos e cada gota de energia sendo despejada no momento final. Antes de se despedir, Templar, visivelmente emocionado, agradeceu e prometeu um retorno o mais breve possível.
Os Green Lung entregaram um espetáculo impecável, uma verdadeira celebração do doom metal moderno. A banda mostrou por que é uma das maiores promessas do gênero e, sem dúvidas, está pronta para romper barreiras no cenário mundial. Foi uma noite inesquecível – e já estamos ansiosos para esse prometido retorno!
SETLIST:
1. Templar Dawn
2. Mountain Throne
3. Reaper’s Scythe
4. Lady Lucifer
5. The Forest Church
6. Song of the Stones
7. Woodland Rites
8. Hunters in the Sky
9. Maxine (Witch Queen)
10. Graveyard Sun
ENCORE:
11. The Harrowing
12. Old Gods
13. Let The Devil In
14. One for Sorrow