Nos dias 26 e 27 de julho de 2024, a SLC Productions realizou a primeira edição do RCA Summer Party, um festival que reuniu bandas de renome no cenário do metal nacional e internacional, prometendo e entregando uma experiência memorável!
Estivemos presentes no segundo dia de fest, e aqui está nossa análise completa das apresentações.
GANDUR
Pontualmente às 17h, os GANDUR abriram a tarde do RCA Summer Party com seu característico Lusitan Pagan Melodic Black Metal. A banda, devidamente caracterizada e ensaiada, demonstrou grande interação com o público desde o início, apesar do local estar um pouco vazio no começo.
O setlist começou com a intro seguida de “The Eclipse And The Void”, uma faixa que captou imediatamente a atenção dos presentes. Em seguida, vieram “A Druids Chant” e “Tempus Fugit”, e à medida que o show avançava, mais pessoas se juntavam, movendo-se ao ritmo da música e batendo cabeça. “Call to Cernunnos” foi um dos pontos altos, com a plateia cada vez mais envolvida e aplaudindo intensamente ao final desta.
Encerrando com “Desolation Of Ravens”, a banda entregou uma performance breve, mas impactante. A técnica refinada e o estilo marcante da banda destacaram a qualidade do seu metal extremo, garantindo aplausos calorosos ao final do show.
IN CHAOS
A segunda banda a subir no palco foi IN CHAOS, trazendo seu heavy/thrash metal com uma pegada moderna e nuances de Nu Metal. Embora a sala ainda estivesse parcialmente vazia, o público já era maior em comparação com a apresentação anterior.
O set começou com o hit “Something You Can’t Be”, atraindo a atenção dos presentes, mesmo que muitos ainda não estivessem familiarizados com o material da banda. O show continuou com faixas como “War Is Coming”, lançada no dia anterior e parte do aguardado segundo álbum, e “Misunderstand”, single do álbum de estreia “From Chaos Rises Order” de 2016. À medida que o setlist avançava, a interação com o público aumentava, com os fãs se mostrando cada vez mais engajados.
A qualidade sonora da banda foi um destaque, com instrumentais precisos e vocais potentes. Com o lançamento recente do segundo single do próximo álbum, a banda é uma excelente escolha para os fãs da fase mais atual do Metallica, misturando peso e modernidade de forma eficaz.
ANCIENT SETTLERS
A terceira banda a agitar o palco foi ANCIENT SETTLERS, trazendo seu moderno Death Metal Melódico, liderado pelos vocais poderosos e versáteis de Argen Death. A apresentação fez parte da “Oblivion’s Legacy Tour”, promovendo o novo álbum “Oblivion’s Legacy”, lançado em maio deste ano.
A intro foi um espetáculo à parte, com Argen entrando no palco caracterizada como uma “bruxa”, capuz sobre a cabeça e vela na mão, criando uma atmosfera sombria que cativou o público. O show começou em grande estilo com “The Contemporary Circle Of Misanthropy”, a faixa de abertura do novo álbum.
A presença de palco da banda foi incrível, e apesar de a voz de Argen estar um pouco baixa em comparação aos instrumentos, seu carisma atraiu o público cada vez mais para perto do palco. Um dos pontos altos foi o single de 2023 “A New World Order”, que energizou os headbangers, levando a um intenso mosh pit durante a sequência com “Into the Depths I Ride”. A energia e a conexão com o público tornaram essa apresentação uma boa experiência.
PULL THE TRIGGER
A banda PULL THE TRIGGER foi a próxima a incendiar o palco, trazendo seu potente Extreme NU Metal, que não deixou ninguém parado. Desde a primeira faixa do set, “2.0”, a energia foi explosiva, fazendo com que o público se aproximasse do palco rapidamente. O som avassalador arrancou headbangings intensos e preparou o terreno para o caos.
Durante a faixa “Charge It”, a energia atingiu o ápice quando o público se dividiu em um Wall of Death, explodindo em um mosh furioso. “Shut Up!” foi outra faixa que provocou cantos em coro e interação vibrante com a plateia, enquanto “Sickstraw” levou todos ao limite com um headbanging insano no breakdown.
Um destaque da apresentação foi a impressionante alternância entre os vocais clean e gutural, criando um contraste poderoso entre o vocalista principal, DIRTYKING’ z e o guitarrista, João Moreno. Essa troca dinâmica deu ainda mais intensidade ao show. Ao final, o público estava completamente aquecido e ansioso por mais, comprovando a energia contagiante e a qualidade sonora da banda.
ALLGEMA
Após uma pausa para o jantar, a banda ALLGEMA tomou o palco com seu potente Groove Metal, trazendo de volta a energia ao RCA Club. O público, ainda retornando ao local, foi gradualmente atraído pelo som da banda, e logo a sala estava cheia, com todos apreciando a apresentação.
O show começou de forma impactante com a intro + “Bad Moon Rising”, onde o vocalista apareceu coberto por uma manta preta e sentado em uma cadeira de rodas. Esse elemento surpresa cativou o público, especialmente quando ele se revelou vestindo uma camisa de força, reproduzindo a capa do álbum “Find The Way Out”.
A sequência do setlist incluiu faixas como “Electric”, “Black Sheep” e “Peter Pan”, que mantiveram a energia. Um dos pontos altos foi o profissionalismo da banda em sua performance, com trocas de figurino e um cenário que acrescentou uma dimensão emocional à apresentação. Além de um visual marcante, os ALLGEMA entregaram uma sonoridade impecável e técnica refinada, conquistando aplausos calorosos ao final do show, demonstrando que a apresentação foi um sucesso.
CANCER
A aguardada apresentação da banda CANCER foi, sem dúvida, um dos momentos mais intensos do evento. Desde a checagem de som, o público, claramente ansioso, já se posicionava em massa à frente do palco, clamando por “CANCER FUCKING CANCER”, um hit que ecoou entre as músicas ao longo de todo o show.
O setlist começou em alta com “Blood Bath”, um clássico do aclamado álbum “To The Glory End”. Assim que os primeiros acordes foram tocados, o ambiente explodiu em uma onda de mosh pits e crowdsurfing, com fãs subindo ao palco e pulando de volta em um frenesi de energia que durou até o final da apresentação.
Cancer entregou uma performance carregada de hits e clássicos, como “Ballcutter”, com o público cantando em coro, “Into The Acid”, “Death Shall Rise” e “Garrotte”, que levaram a plateia à loucura. A intensidade foi tanta que alguns fãs chegaram a cair uns sobre os outros na frente do palco, em uma cena de puro caos e euforia.
A banda encerrou o show de forma grandiosa com “C.F.C.”, atendendo aos incessantes pedidos dos fãs, deixando todos visivelmente extasiados. A técnica impecável da banda, com vocais poderosos e instrumentais precisos, aliada à simpatia dos integrantes, mostrou porque a banda é uma referência no metal extremo. Os veteranos, mesmo com poucas palavras, souberam conduzir o público e entregar uma apresentação inesquecível.
PITCH BLACK
A noite continuou com a poderosa presença dos PITCH BLACK, ícones do Thrash Metal português. A banda iniciou sua apresentação com a explosiva “Enemy Siege”, uma abertura que foi um verdadeir estouro. Embora o público presente fosse menor comparado ao show anterior, aqueles que estavam na plateia representaram com grande fervor, cantando e bangeando.
Com “Beheaded”, o mosh pit começou a se formar e rapidamente se expandiu durante “Divine Not Human” e “Unleash The Hate”. O momento culminante veio com a faixa “Pitch Black”, quando o vocalista desceu ao meio da plateia para interagir de perto com o público, promovendo um mosh pit de respeito. A conexão entre a banda e o público ficou ainda mais evidente, com todos cantando e batendo cabeça em sintonia.
A performance continuou com as faixas “Standards Of Perfection” e “Disturbing The Peace”, encerrando a apresentação com chave de ouro. Os PITCH BLACK demonstraram uma habilidade excepcional, oferecendo um som puro e enérgico que remete ao melhor do Thrash Metal dos anos 80/90.
Embora o público do show anterior não tenha permanecido para prestigiar essa performance, os presentes certamente foram recompensados com um espetáculo de primeira qualidade. Para todos que estiveram lá, assim como para mim, o show foi uma verdadeira obra-prima.
GWYDION
O RCA Summer Party 2024 encerrou com uma performance esperada e memorável dos GWYDION, mestres do Celtic Metal. Desde o início, ficou claro que o público estava ansioso para ver a banda, que rapidamente conquistou a sala, com a plateia se aglomerando na frente do palco.
Os Gwydion entraram com um visual icônico, misturando peles tradicionais e kilts com meias e chinelos coloridos, além de bandanas e chapéus, criando um contraste marcante com o som pesado e festivo que oferecem. A apresentação começou com a enérgica “Turning Of The Wheel”, que imediatamente cativou o público, com todos cantando junto e participando ativamente.
O show teve vários pontos altos, incluindo faixas como “The Bards”, “From Hel To Asgard”, “Hostile Alliance”, e “Odhinn’s Cult”. A interação entre a banda e os fãs foi espetacular, com o público cantando a plenos pulmões e dançando no estilo nórdico com rodinhas tradicionais.
O ponto mais alto da apresentação veio com “Strength Remains”, que provocou um frenético clima de crowdsurfings e mosh pits. Em “Mead Of Poetry”, o fervor aumentou ainda mais, com a energia do público se mantendo alta até o final do show.
A qualidade sonora dos GWYDION foi impecável, e o clima festivo e enérgico que criaram fez com que todos se divertissem intensamente. A performance finalizou um dia de metal da melhor maneira possível, oferecendo uma experiência inesquecível e cheia de diversão para todos os presentes.