Sargeist retorna de forma triunfal do longínquo 2018 após um EP e um Split com o seu mais novo Full-Lenght, Flame Within Flame pela World Terror Comittee, com Shatraug no vocal e guitarra; VJS na segunda, Spellgoth no baixo e Nur-i-siyah na bateria, o álbum possui nove faixas com uma duração total de 40:27 minutos…
Tempo suficiente para que o ritual de ascensão se inicie liberando todos os males do inferno por intermédio profano do vocal gutural de Shatraug, que não soa tao potente e desesperador quanto o brilhante Let The Devil In (2010) porem mais intenso e melódico e melancólico, acredito que tenha sido uma escolha proposital visto que casa perfeitamente com a proposta do álbum, ponto positivo já que diferente dos anteriores a linha melódica se faz presente em praticamente todas as faixas ambientando o ouvinte num transe fúnebre que enfeitiça e te amaldiçoa a balançar a cabeça e erguer as mãos em camera lenta (vcs sabem do que estou falando kkkk)…
A faixa de abertura começa com um presságio sinistro de um fim horrível e inevitável que nos espera, a faixa é um despertar para uma verdade arcana oculta, a simbologia aqui é latente e se alinha aos acontecimentos sócio políticos e bélicos dos tempos atuais, o que seria na minha visão, com perdão da redundancia, o enxergar a chama dentro da chama.
…Em um outro universo, uma Bruxa Vermelha mostrou a um rei ambicioso a chama dentro da chama, o Senhor da Luz que habita nas chamas, e a gente sabe quais as consequências…
…devaneios a parte, The Chant of Rotting Tongues, simboliza vozes ancestrais, espiritos esquecidos ou conhecimentos arcanos que ressuscitam para sussurrar segredos ritualísticos numa relação passado versus futuro, configurando-os a um ato de transição; mudanças ocorrem aqui; a melodia se torna mais densa e fúnebre que vai culminar no ode a queima do velho para dar lugar ao novo, estou falando da Incandescence of the Funeral Pyre…
Dá pra sentir queimar.. é diabólica… é morte… é niilista… Porém após a purificação pelo fogo emergimos adornados e preparados para o pacto de ordenação, Ordained and Adorned é a faixa mais curta do álbum, porém a mais ríspida e letal.
Em Flame Within Flame o Sargeist se demonstra muito consistente em sua veia artística, na qual explora o eu lírico misantropo, sorumbático, profético e assassino, em suas letras, explicíta a capacidade humana de odiar e se deteriorar, utilizando-se de um metal negro muito bem executado, mixagem profissional na qual é possível perceber nuances transitórias e viradas plenamente audíveis.
O álbum é ouvido de forma satisfatoria repetidas vezes, já na quarta audição eu estava cantarolando, atualmente as músicas sapateiam livremente em minha mente e o sentimento é, “preciso ouvir de novo”…
Por fim com o pacto selado e o poder manifestado, a influência sombria começa a se expandir e a se materializar no mundo. Os “templos” podem ser literais ou metafóricos, representando a construção de uma ojeriza ascensão ao poder bem como a afirmação da presença da escuridão sobre todos nós. É um desafio direto à ordem existente, ecoando o caos.
A faixa final é o clímax da jornada. É o ritual definitivo pelo qual o poder sombrio, o indivíduo ou a coletividade atinge seu ápice, ascendendo a um novo plano de existência ou de poder. É a apoteose na escuridão, a conclusão da transformação e a glorificação da nova entidade. Isso é Flame Within Flame.
5 Caveiras 💀💀💀💀💀
Nota 10!