O universo em que orbita os mais variados estilos de rock é criado à imagem e semelhança da figura masculina, em grupos geralmente formados por homens cabeludos e tatuados batendo cabeça e performando ‘terrivelmente’ de cima dos palcos. Nada contra, pelo contrário, mas é bom a gente lembrar que não é só assim que a banda literalmente toca.

Mesmo não sendo exclusivas do rock – e, sim, de todos os gêneros musicais e da sociedade como um todo (pois, patriarcado), é de se comemorar quando vemos uma banda formada por mulheres tal qual a norte-americana Warpaint, cujas girls não fazem a menor questão de reproduzir qualquer tipo de estereótipo de gênero que nem deveria existir em se tratando de uma forma de arte: seria a Wairpaint uma banda essencialmente feminina?

Formada no cenário do rock alternativo de Los Angeles, em 2004, a Warpaint é composta por: Emily Kokal (vocais e guitarra), Theresa Wayman (vocais e guitarra), Jenny Lee Lindberg (baixo e vocais) e Stella Mozgawa (bateria e percussão).

Mesclando ritmos como dream pop, shoegaze e indie, a Warpaint é uma banda que faz música extremamente original e suave, cujo som cria um clima interessantíssimo no ar, fazendo você se sentir em outra atmosfera, num ambiente especial, longe e perto de casa ao mesmo tempo. No clipe de Keeo It Healty (acima), chama a atenção nos efeitos dos vocais e instrumentos, assim como a mixagem, todos absolutamente brilhantes.

Como se deve se esperar de uma banda formada por mulheres, a Warpaint está alinhada com os princípios feministas pois aborda, entre outros, temas como identidade, empoderamento feminino e relacionamentos, ajudando a promover a igualdade na indústria e rompendo padrões no cenário do rock mundial. Em entrevista à Vogue em 2017, Theresa Wayman disse: “No momento em que dizem que todos devemos ser feministas, isso pode afastar as pessoas. Eu não acho que a frase é cuidadosa o suficiente, mas talvez agora não seja o momento para ser cuidadoso”. E completa: “Nós vivemos em uma sociedade muito dominada por homens e isso definitivamente deve mudar”.

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