ABLAZE METAL FEST

Em sua segunda edição, o Ablaze Metal Fest vem sendo realizado anualmente, e já está se tornando um dos queridinhos do Rio grande do Sul, tendo recebido bangers de todo país, e deixando um gostinho de quero mais.

O festival foi realizado na Fenac de Novo Hamburgo (RS), quee disponibilizou uma infraestrutura perfeita, com um espaço amplo, local todo coberto, banheiros extremamente limpos, cerveja e chope bem gelados, food trucks com uma comida excelente e preços bem acessíveis e ar condicionado facilitando as rodas de pau para os bangers e muito merch para todos os gostos.

Festival muito bem organizado, limpeza do local impecável, cumprindo horário dos shows,(excepto Ratos de Porão que teve uma hora de atraso), com bandas conhecidas na cena, mas também abrindo espaço para antigas e novas bandas da Região Sul, e também abrindo espaço para bandas de outros estados. Passaram pelo festival em torno de 300 a 400 pessoas por dia, e a temperatura no primeiro dia extremamente quente não desanimou o pessoal. No segundo dia, a chuva não atrapalhou a animação do bangers.

Não esquecendo de parabenizar toda equipe da organização pelo trabalho incrível, foi um grande festival, já deixando a galera querendo mais e esperando ansiosos para a próxima edição. Além da ótima organização, não podemos deixar de parabenizar, também, a todos que fizeram esse evento acontecer, como a produção, a imprensa, a estrutura, o pessoal do som, segurança e trabalhadores de todas as formas, pessoal super instruído e simpáticos, e a todos os banger e bandas que de alguma maneira ajudam a divulgar e apoiar a cena.

O sábado iniciou com a pancadaria da Sangria, primeira banda a subir ao palco e fazer a abertura do festival. A Sangria é uma banda de Bento Gonçalves (RS) que traz o vocal feminino incrível de Nanda Souza, que deixou os bangers bem empolgados e satisfeitos com o som Splatter. A banda estava em atividades em 1996, mas começou de fato em 1999. Sangria soa de maneira repulsivamente rápida, agressiva e liricamente, explora temáticas explícitas de morte, violência e medicina legal. Também defecando em religiões, e assim revelando a insanidade das mentes doentias. Com uma pausa de seis anos, voltaram com força total e com a nova formação. A proposta de som e temáticas líricas continuarão as mesmas. Recentemente lançaram uma single intitulada ‘The Ripper’, para mostrar seu atual trabalho.

 

A segunda banda a subir ao palco foi o Diokane, grupo porto-alegrense formada por Homero Pivotto Jr. (vocal), Rafael Giovanoli (guitarra), Duduh Rutkowski (baixo) e Gabriel Mota (bateria), e está na ativa desde 2016. O primeiro EP do quarteto foi lançado no final de 2018, no qual entregaram um death metal raivoso e agressivo. Dá pra classificar o som do Diokane como uma mistura entre death e hardcore. Em relação ao death metal, a pegada é mais old school, focada na energia e na violência sônica, no hardcore, a abordagem vai na escola de nomes como Converge. As músicas apresentam variações de dinâmicas, e algumas contam com vocais limpos intercalados com o gutural dominante, que levou os bangers a pancadaria total, a interação da banda com o público foi Brutal.

Depois da pancadaria de Diokane, subiu aao palcos Amasuscias, lendária banda de death/black metal de Carazinho e Passo Fundo (RS), e que teve sua retomada aos palcos esse ano no Ablaze com a formação: Alexandrinvs (vocal), Evandro pinheiro (guitarra), Maurício Taube (baixo), Rafael Taubaté (bateria), e fazendo a galera ficar impactada com seu som. Simplesmente quebraram tudo.

Mafia, a quarta banda a se apresentar no dia 25, é de Uruguaia de Montevideo, e trouxe seu southern metal com sua formação atual Leonardo Greganti (vocal), Marcelo Soria (guitarra), Victor Navarro (guitarra), Fofo Brown (baixo) e Ignacio Rugiero (bateria). Em seu segundo álbum, atua com muita brutalidade, mas sem perder sua sonoridade leve e muito boa de escutar, superando as expectativas dos bangers. Mafia se pronunciou em entrevista, e disse estar muito grato pelo convite de poder estar estar tocando no Ablaze Metal Fest.

Vazio foi a quinta banda a subir aos palcos do Ablaze Metal Fest.

VAZIO de São Paulo (SP), formada em 2016, é uma das bandas em grande destaque do cenário black metal nacional atual. Com uma sonoridade agressiva, densa e pesada e um posicionamento ideológico (letras em português voltadas ao ocultismo, cabala draconiana, quimbanda, xamanismo, entre outros), a banda acabou arrastando um público enorme para frente do palco.

A banda de Porto Alegre (RS) Symphony Draconis, formada em 2006, subiu aos palcos surpreendendo os bangers com sua grande presença de palco. Após nove anos sem material novo, a banda lançou um trabalho novo em 2022, com uma sonoridade crua, direta e sem concessões, com um som Ggrandioso e único que não se vê por aí, deixando o público curioso e querendo mais.

E o tão esperado The Troops of Doom chegou simplesmente quebrando tudo!
A banda, que tem a formação com Jairo Gueds (guitarra) ex-Sepultura, Alex Kafer (vocal e baixo), Marcelo Vasco (guitarra) e Alexandre Oliveira na bateria, foi formada durante a pandemia em 2020. Os caras chegaram na noite de sábado surpreendendo o público com a interação e simpatia da banda. Para o público foi simplesmente mágico, não teve um banger parado, o show foi lindo e com certeza superou todas as expectativas.

Depois da pancada do The Troops of Doom, quem subiu ao palco foi Evilcult, banda formada em 2016 em Bento Gonçalves (RS), com Lucas (vocal), Mateus (bateria) e Renato (baixo). Eles trouxeram thrash, speed metal com a vibe anos 80, trazendo essa agitação contagiante da banda com a galera (não havia um ser parado no show dos caras).

E para fechar a noite com chave de ouro o primeiro dia de festival, sobiu ao palco Hammurabi, banda formada em 2006, em Belo Horizonte (MG), com Daniel Lucondi (vocal e guitarra), Guilherme Goto (guitarra), Junior Abuin (baixo), Yuri Alexander (bateria). Eles tocaram pela primeira vez no Rio Grande do Sul, e fecharam a primeira noite muito aplaudidos pelo público. A galera que ficou até o final, e não se arrependeu nem um pouco: os caras da Hammurabi trouxeram essa mescla de influências passando pelos gêneros thrash, death e black metal, simplesmente magnífico.

Segundo dia

E quem abriu o domingão, dia 26, foi a banda Carcinosi, com seu death metal. A banda, criada em 1996 com a formação atual – Tiago Vargas (vocal e baixo), Alisson Santos (bateria) e Caio Torres (guitarra) – abriu o segundo dia de festival quebrando tudo e colocando os banger a balançar a cabeleira e posicionando o pessoal à frente do palco sem deixar ninguém parado, som com o baixo marcante.

Churril, segunda banda do domingão, foi formada entre amigos em 2022 na cidade de Santa Maria (RS). Eles colocaram a galera para quebrar tudo e dar muita risada com suas letras intrigantes como “birro na bunda”, entre outras músicas diferenciadas de tudo que rolou no festival. A banda é formada por Luana Palma (vocal), Cássio Lemos (baixo), Guilherme Teixeira (bateria) e Ricardo Daron (guitarra).

 

Mortticia, terceira banda a subir aos palcos do festival, de Alegrete (RS), mas radicada em Porto Alegre, faz seu heavy metal com mais de uma década na estrada. Sua formação atual é: Lucas Fialho Zawacki (vocal), Vicente Telles e Lucio Brenner (guitarras), Guilherme Wiersbicki (baixo) e Anderson Dias (bateria) e seu som conta com muitos arranjos e solos de baixo muito marcantes. Eu diria até que os solos de baixo são marca registrada da banda, que tem vocal limpo e uma presença de palco marcante. Sem dúvidas, fizeram um show impecável.

Boca Braba HC – É uma banda de Viamão (RS) formada em 2014 com a formação atual: Vinicius Marques (vocal), Hígor Cavalheiro (baixo), Douglas Cereja (vocal e guitarra) e Tiago Azevedo (bateria). Os caras são boca braba mesmo, entraram fazendo a galera fritar na roda com a paulada do hardcore crossover, com suas letras marcantes como “Tecnologia Hightech”, explorando problemas políticos, sociais e raciais. Os caras colocaram os bangers para cantar junto e podemos dizer que foi uma paulada na orelha.

Distraught, quinta banda a subir aos palcos no domingo, é de Porto Alegre, e já está na estrada há décadas. Formada em 1990 com André Meyer (vocal) e fundador da banda, Ricardo Silveira (guitarra), Everton Acosta (guitarra), Alan Holz (baixo) e Thiago Caurio (bateria). Trata-se uma banda de thrash metal conhecida principalmente pela diversificação nos riffs com quebradas nos compassos e executados por uma bateria pesadíssima. Distraught é considerada um dos grandes expoentes do estilo no pais, literalmente chamaram a galera para wall of death. André Meyer não deixou os bangers parados, a galera ficou realmente empolgada no show dos caras.

 

Its All Red é uma banda formada em Porto Alegre (RS) em 2007: Tom Zynski (vocal), Renato Siqueira (bateria), Carlos Loureiro (baixo), Daniel Nodari e Rafael Siqueira nas guitarras. A banda tem como base principal o thrash metal melódico que aborda alguns aspectos ligados à morte em suas letras. Tem vocal rasgado com peso e brutalidade, guitarras bastante agressivas e sem rótulos, mas uma pegada de metal moderno, que tem uma variação de metalcore até um death melódico. O show dos caras foi contagiante, com participação em uma música, quando subiu aos palcos Lucas Fialho, vocalista da banda Mortticia, para animar ainda mais os bangers.

 

Test já começou com um peso extremo. A banda de Grindcore, de São Paulo (SP), cresceu desde que começou a se apresentar na rua, em 2011. Eles já dividiram o palco com grandes nomes do metal, como King Diamond, Napalm Death, Carcass, Cannibal Corpse, Mayhem, entre vários outros, e suas experimentações viraram característica da banda, duo que é formado por João (vocalista e guitarrista) e Barata, como é chamado o baterista do Test. Os caras deixaram os bangers de boca aberta com tanta diversidade no som e com personalidade única muita e identidade no som. Quem nunca ouviu deveria ouvir ao menos uma vez. O som é viciante.

 

Fechando a noite e finalizando o festival, teve o clássico e tão esperado Ratos de Porão, que subiu aos palcos com um pouco de atraso e a galera com ansiedade a mil. João Gordo logo subiu brincando com a galera, falando que ele ja era o tiozão punk mas que ia botar pra quebrar até aguentar, mas também ressalto um ponto polêmico no meio do show, perguntando quem era a favor ou contra o cancelamento da banda Mayhem no Sul? A galera se dividiu na resposta, e João Gordo reforçou quem foi contra o cancelamento: que essas pessoas “apoiam os nazis também, então fogo nos nazi”. E a paulada continuou, com bangers animados e a quebraçeira comendo solta. Os Ratos de Porão são uma banda brasileira de punk, hardcore, crossover e thrash metal formada em 1981 e com mais de 40 anos de carreira com letras repletas de críticas sociais com destinatários claríssimos. O show dos caras é sempre uma paulada na cabeça e no Ablaze Metal não foi diferente. Eles finalizaram a noite sem gostinho de quero mais, as luzes apagaram e deu, a galera chegou a pensar que os Ratos voltariam a tocar mas o tchau foi uma vez só.

 

Texto e fotos por: Leticia Malaguez Orquiz

 

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