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Até quem nunca ouviu o som dos caras já escutou falar do Test , pois é uma banda muito diferente da maioria , pois além da formação nada comum ( bateria e guitarra e vocal , só !!!) , as apresentações da dupla acontecem em sua maioria nas calçadas das ruas da maior Cidade da América Latina. Porém , esses dois caras já tinham uma vida ativa dentro do underground antes de aparecerem com essa grata e “rápida” surpresa.

Eu tive a oportunidade de entrevistar o grande cabeça pensante atrás do Test , João kombi , que respondeu essas perguntas elaborada por mim , com uma ajuda do Anão. Espero que possam conhecer melhor a banda a partir dessa entrevista e melhor ainda , que eles toquem na sua calçada , qualquer noite dessas !!!

 

1 – Quando o Beegar acabou, confesso que eu fiquei sem saber por que, pois a banda surgia como uma das melhores do death metal, com uma demo muito bem feita, e a banda seguia tocando constantemente… Ai você apareceu com o Are You God? Que ainda trazia o baterista da antiga banda com você, mas pra nossa surpresa o AYG? Acabou no seu melhor momento, quando chamava atenção do público e da mídia com suas apresentações típicas e únicas, e do nada a banda se pulveriza … Não demora muito e você surge novamente com o emblemático Test. O que você vinha buscando até , encontrou, ou nenhuma das bandas tem ligação entre si ?Você podia nos esclarecer um pouco sobre cada banda dessas. ( Notem no vídeo de promoção do Test, que na mesa junto com a arte do Árabe Macabre , tem uma fitinha demo tape do Beggar )

  João –  Na minha cabeça as três bandas estão totalmente ligadas,  quase o mesmo estilo.

Beegar era mais tosco, Are You God? queria ser técnico e quebrado e o Test tem um pouco de cada. Mas todos são uma mistura de Grind, Death e Crust.

 2 – Você se juntou com o Barata, conhecido no cenário pela sua velocidade, e contrariando formações mais padrões, ficam apenas como dupla , o Barata tocando batera e você acumulando funções de guitarrista e baterista. É claro que isso ao vivo funciona bem e nem se nota a falta de um baixo, em estúdio não se cogitou gravar um baixo? Como foram realizadas as gravações dos dois trabalhos do Test ?

João –  Nunca pensamos  em colocar baixo, mais pelo trabaho em ter um membro a mais do que qualquer outra coisa.  As gravações foram feitas quase da mesma maneira, a gente se reúne com as idéias semi prontas e já saímos gravando, tudo sempre muito rápido, nunca cogitamos gravar um baixo pra não diferenciar muito ao vivo.

3 – Tendo em vista o trampo da guitarra que entra em sincronia quase perfeita com as batidas ( ou vise versa ) , da pra sentir que as composições são feitas praticamente juntas , as jams entre vocês dois que é a “maternidade” das musicas do Test ?? E por que optar em não ter letras de membros da banda !? Você não escrevia nas outras bandas?!  

João – Geralmente eu chego com os riffs montados e o Barata faz as baterias do jeito perfeito sempre. Eu nunca escrevi nas outras bandas, ai tive a idéia de pedir para amigos fazerem as letras, eu entrego a linha de vocal pronta e eles desenvolvem em cima.

4 – O Test ficou conhecido pelas apresentações em locais públicos. Sabemos que até o ano passado, vigorava uma lei em São Paulo que restringia as atividades culturais na rua. Vocês já tiveram algum problema com as autoridades? É sabido de objetos , água e etc , são jogados às vezes por vizinhos, mas já aconteceu algo mais inusitado ? E quando não se tem uma tomada disponível na calçada como se faz o show ?

 João –   Raramente da problema, quando a polícia aparece mandam parar e a gente obedece. As vezes  os vizinhos jogam coisas ou pedem pra  parar, mas nunca saiu uma grande confusão.Pra ligar o equipamento a gente tem um gerador  de energia.

5 – Vocês tem planos de levar esse padrão de apresentação nas ruas , para outras cidade e Estados do País , isso seria possível ?

João – Com certeza, mas não temos grana pra isso, já rolaram em alguns lugares com a enorme boa vontade da galera colocar as coisas na rua pra gente tocar.

6 – Árabe Macabre prima pela qualidade das composições , pra mim, vocês alcançaram a homogeneidade entre as guitarras , bateria e vocal , ao ouvir os sons , em alguns momentos parece que se escuta apenas um único instrumento, a intenção na parte musical ,qual é !? Existe alguma pretensão mesmo que particular por parte da banda ? E ao interpretar letras de outros compositores , fica mais fácil da a sua cara pra musica ou você tenta entender que cada um escreveu pra dar a interpretação parecida com o que o autor queria ?  

João –  Não tem pretensão de nada, a gente vai fazendo sem pensar muito. Sempre contando com a colaboração e o talento dos amigos que fazem as letras, eles que interpretam o que a gente pede, cada um a sua maneira, e sempre da certo, James do Facada, Marcelo do Hutt, Tomás do Paranóia Oeste, Thiago D.E.R e da Carol Scagliusi que fez algumas letras, nome do disco e toda a arte.

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7 – Com apenas dois integrantes, sair tocando por aí acaba se tornando uma tarefa menos complicada, afinal, são menores os custos com passagens, hospedagem e alimentação, etc. Ano passado a banda fez mais de 50 shows incluindo Europa, norte e nordeste do Brasil. Qual foi o melhor show e qual foi o maior perrengue que vocês passaram?

João –  Nos dois últimos anos fizemos quase 140 shows,  muito foda entrar no dia a dia de tantas pessoas que nos ajudam, hospedam, etc. Não tem como falar qual foi o melhor show, mas os da rua dão uma sensação diferente. Até agora não teve perrengue que não conseguimos superar, faz parte.

8 – E nas gringas … Como foi a recepção a aceitação da dupla !? Estranharam , questionaram ou acharam normal !?

João –  Os caras tão acostumados ver bandas do mundo todo todos os dias por vários anos, então é muito foda quando eles vem falar algo depois do show, acho que estranham o fato de ser uma dupla, mas isso em todos os lugares não só lá fora.

9 – Nichole Bahls! De quem foi à brilhante idéia? Conte-nos mais sobre isso , para quem não saber da história da moça e a relação com a banda.

 João –   Não é verdade que somos namorados, somos apenas bons amigos, daquele tipo irmão mesmo, podemos tomar banho e dormir juntos  que não pega nada.

10 – A idéia sempre será lançar apenas materiais virtuais , e nada físico , ou o fazem pelas condições atuais da banda !? E pela facilidade que se tem pra gravar dessa maneira e claro, pela liberdade de lançarem o que e quando quiserem ?

João –   A idéia sempre foi lançar de todos os jeitos possíveis, sempre lançando a mídia física. A demo tem em cd, Carne Humana em 7”, M’Boi Mirim saiu em CDR mas em breve vai sair em 10”, Árabe Macabre saiu em 12” e vai sair em cd no começo do ano.

11 – Quais os planos para 2013, se o mundo não acabar esse ano? Hahaha!

João – Não acabou. Vamos correr pra tentar lançar um split com o D.E.R díficl de explicar, D.E.R. L & Test R, vamos usar o Pan pra separar as bandas. Em Março a gente parte com eles para uma mini turnê no México onde vamos tocar na edição Mexicana do Obscene Extreme.

 

 

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