Depois de um dia de trabalho, enfrentar o trânsito da capital portuguesa e chegar ao LAV a tempo de ver a primeira banda do cartaz, foi uma missão que parecia impossível à quase totalidade dos fãs que compraram bilhete para presenciar o stoner rock dos Stoned Jesus e Mars Red Sky.

Sendo que as portas abriram às 20h para os primeiros acordes rugirem pelas 21h, as pessoas tardavam em chegar. Até às 20h45 havia mais fotógrafos do que público!

Subitamente, o milagre da aparição fez com que a sala ficasse praticamente cheia, mesmo a tempo de pedir a primeira cerveja e escutar o primeiro dedilhar de guitarra. Sim, porque o stoner sabe melhor com uma geladinha na mão!

 

MARS RED SKY

A banda francesa constituída por Julien Pras (guitarra e voz), Jimmy Kinast (baixo) e Mathieu Gazeau (bateria) e formada em 2007, apresentou-se timidamente no palco do LAV. Talvez por pensarem que o público tinha desistido deles. Mas logo que as luzes incidiram na plateia, após tocarem o primeiro tema “Collector”, foram tomados pela energia do público português.

Não sendo rapazes de muitas palavras, a sua linguagem corporal desvendava que procuravam divertir-se. E foi com esta energia crescente que os MARS RED SKY percorreram o seu setlist:

  1. Collector
  2. Arcadia
  3. Maps of Inferno
  4. Apex III
  5. Slow Attack
  6. The Light Beyond
  7. Strong Reflection

Após avisarem que já só faltava uma canção para dizerem adeus, a escolha óbvia recaiu em “Strong Reflection”, o tema do seu primeiro álbum homónimo que os catapultou do anonimato para os palcos do mundo. Aliás, este “Strong Reflection” devia ser ensinado nas escolas primárias para as crianças aprenderem, desde logo, o conceito de boa música.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

STONED JESUS

A banda que se identifica como “Doom Prog from Ukraine” fez questão de celebrar a XV Anniversary Tour com 12 espetáculos na Europa. E pelo visto, cada data representa uma celebração com toda a pujança que caracteriza o povo ucraniano!

Com uma entrada meio periclitante – o som e as luzes não estavam 100% ao gosto da banda – o trio serviu um morninho “Bright Like the Morning”. De qualquer forma, o tema tem um ritmo crescente, o que ajudou a terminar o arranque em bom estilo. Prometia.

Seguiu-se “Porcelain” com a sua poderosa entrada de linha de baixo, que o vocalista Igor Sydorenko rendilhou com a sua voz melódica e com mini solos de guitarra.

Foi então o momento para os primeiros agradecimentos, que Igor verbalizou num “Muito obrigado” em perfeito português. Nota-se aliás, que Igor leva o seu espetáculo muito a sério, pela forma como exigiu por 2 vezes uma melhor iluminação no palco para que os fotógrafos pudessem ter a vida ligeiramente mais fácil, e da maneira assertiva mas bem disposta de como fala com o público, sempre com a cordialidade de um sorriso.

Foi o ponto de partida para um rodízio de êxitos como “Thessalia”, “Thoughts and Prayers” e “Black Woods” que deixaram os presentes ao rubro.

Uma vez conquistado o público, foi tempo para um intervalo na música, por honra de uma causa nobre. Igor foi buscar um dos últimos exemplares do álbum “Seven Thunders Roar” em suporte vinil, e lançou um leilão pelo público em que o dinheiro licitado se destina a ajudar as vítimas da guerra na Ucrânia. Igor explicou que aquele exemplar pertence à última caixa de 12 unidades editada. O disco foi licitado por 110€ por uma rapariga da plateia que ainda teve direito a autógrafos e fotos com a banda no final do espetáculo.

Feliz da vida, Igor inicia os primeiros sons da, provavelmente, melhor música da sua carreira “I’m the mountain”.

Recebendo uma ovação em troca, Igor fez uma introdução com uns acordes dos portugueses Moonspell – “aposto que não conhecem isto, certo?”, gracejou, antes de nos lançar o “Get what you deserve”.

Após um pseudo-encore de apenas alguns segundos, o ímpeto final com “Here come the robots” e “Electric Mistress” onde envolveu o público para cantar o refrão.

A saída do LAV fez-se com um sabor a pouco mas com um belo sorriso na alma. O serão foi ótimo, a noite estava agradável, as cervejas escorregavam bem e o stoner foi excitante.

Mais um excelente concerto com o carimbo da qualidade Prime Artists!

Que pena ser uma 2ª feira… mas pensando melhor, todas as 2ª feiras deviam ser assim!

 

 

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