Eis que hoje, 15.03.2024, o Aborted lança o álbum, Vault of Horrors pela Nuclear Blast!
Disponível em todas as plataformas de streaming, quando tu pensa que não teria como ficar melhor que o ManiaCult, lançado em 2021, vem essa verdadeira pedrada!
Poderia usar o clichê “parece vinho, quanto mais velho, melhor fica”, porém, o vinho, se não houver o armazenamento adequado, vira um vinagre, diferente do Aborted que a cada álbum, consegue surpreender cada vez mais (de forma positiva) e que não devemos nos preocupar com a forma em que será armazenado, porque cada musica se difunde com suas células no corpo. Desculpem se aqui teve uma dose maior no exagero, mas, para quem aprecia o metal extremo assim como eu, esta intensidade é totalmente compreensível, além de pertinente.
Para os amantes do estilo, apreciem sem qualquer moderação e ainda seguindo analogia etílica, embriagar-se com os riffs precisos e melodiosos das guitarras, além da técnica absurda do Ken Bedene (Drums), é o único caminho possível. A cada blast beat, temos uma forma diferente de aceleração cardíaca. Bateristas que seguem o trabalho do Bedene concordam que não tem como não ficar sem palavras ao ver ou ouvi-lo tocando, pois além da técnica precisa e da paixão em que ele demonstra, tem um estilo único ao ser (até onde sei), o único baterista a tocar com os seus inconfundíveis crocs (sim, aquela coisa bizarramente amada/odiada por todos ahahaha!).
Guitarristas, vocalistas e baixistas não precisam ficar chateados com a ênfase dada ao Mr. Nice Guy das bateras: o que dizer sobre a performance do Sven de Caluwé (V), impecável! Um dos grandes problemas, ao meu ver, hoje em dia nos vocais que seguem esta linha, se preocupam mais com potência do que a qualidade do vocal em si. Podemos dizer que, com Sven, temos tanto a potência quanto qualidade, limpo e que quando estão no palco, a qualidade e “limpeza” ao cantar, são inegáveis e a pessoa fica aliviada ao ver que não precisa de vocal de apoio ou playback, pois entrega exatamente conforme o gravado.
Quando o assunto são as cordas, a dupla Ian Jekelis e Daniel Máni Konráðsson (G), possuem uma sinergia única, o peso adequado, e até diria certo “lirismo” nas composições.
Stefano Franceschini não fica atrás em absolutamente nada e digamos que “fecha o pacote” com maestria, a marcação fica bem nítida e cheia de peso nas medidas certas!
Uma faixa dentre as 10 que merece ser destacada é a “The Shape of Hate“, bem cadenciada, onde temos riffs bem trabalhados, rapidez na medida certa das baquetas, o toque e peso preciso do baixo e com a execução vocal “passeando” por diferentes tonalidades. Aqui, pegamos basicamente, a essência do Aborted, se a pessoa não ouviu novo álbum, na hora que escuta, identifica tranquilamente e sem medo de ser feliz.
Um excelente álbum para ser contemplado numa sexta-feira, tomando uma boa cerveja, ou outra coisa, desde que bem gelada, pra aumentar mais ainda a temperatura, mas ao menos esta, seria de forma positiva!
Album: Vault of Horrors
Faixas:
1. Dreadbringer
2. Condemned to Rot
3. Brotherhood of Sleep
4. Death Cult
5. Hellbound
6. Insect Politics
7. The Golgothan
8. The Shape of Hate
9. Naturom Demonto
10. Malevolent Haze
Nota: 10/10.
