A IV edição do HAMMER SMASHED FEST aconteceu, pela mão da Misophonia Produções, no Motoclube do Oriente, em São João da Talha, e a promessa foi cumprida: uma larga bandeja de bandas underground, com uma variedade de estilos para um público que os soube apreciar.

O festival começou à hora marcada. Pelas 17h, os DISHUMAN abriam as hostilidades. Esta banda de malta nova – os 3 elementos têm 19 anos… cada – veio dos arrabaldes de Fafe para mostrar que o hardcore vem de qualquer lado e entranha-se em qualquer idade. Após a sua prestação para uma sala ainda a meio gás, ficou a vontade de os seguir para observar e escutar o caminho que pretendem percorrer. Porque a coisa promete.

Dishuman setlist:

  1. End of Pollution
  2. Battlefield of Destruction
  3. Nuclear Tragedy
  4. Victims of War
  5. Nightmare or Reality
  6. Ashes of Death
  7. Fear of the Nuclear Age
  8. Chaos and Disorder
  9. Hate for this System
  10. Punk’s No Fairytale

Apenas com tempo para ir buscar uma cerveja ao balcão, rapidamente os KONAD subiram ao palco. A banda nascida em 1996, batizada de KONAD MOSKA e criada em Vila Franca de Xira, bem perto de São João da Talha, estava a jogar em casa. E o seu à-vontade demonstrou-o.

Sempre sorridente, o poderoso vocalista Kampino dos agora KONAD (enxotaram a Moska para longe) deu as boas-vindas aos presentes e os temas foram rugindo, um atrás do outro:

  1. I’m the enemy
  2. Alien punks
  3. Crimes de guerra
  4. Broken promisses
  5. Hell’s door
  6. Mákina de guerra
  7. Kombóio fantasma
  8. Devotees of idolatry
  9. Ultimate aggression
  10. The last day
  11. Born to die
  12. Porcos malabaristas
  13. Kaos total

 

Seguiram-se os necrófagos DERRAME que trouxeram o melhor do Death Metal português. A banda lisboeta, constituída por Tormentor na bateria, Nigel e Nelson nas guitarras, Fred no baixo e Sousa na voz, têm um novo albúm, lançado em 2023, pelo que o setlist passou essencialmente por aí:

  1. Necro-Messiah
  2. Corroded
  3. Bloodcurse
  4. Pro Dolor
  5. War inception
  6. Requiem
  7. Chaos in Earth
  8. Crawl to die
  9. Holocausto atómico

Foi o momento de os THRASHWALL se apresentarem. Com origem em 2015 em Évora, (na altura com Márcio Gonçalves no baixo e não tinham segundo guitarrista), os THRASHWALL contam desde 2020 com Luís Rodrigues na voz, Gonçalo Branco e Nelson Coelho nas guitarras, João Martins no baixo e Garras na bateria.

Foram os primeiros a puxar verdadeiramente pelo público, com quem Luis Rodrigues foi dialogando e incentivando ao circle mosh que ele próprio iniciou!

Setlist:

  1. Intro
  2. War Outside de Wall
  3. Old Jail
  4. Warehouse Rampage
  5. World Domination
  6. Mental Destruction
  7. Insanity Alert
  8. Mosh in the Hall

Os RELTIH CRUST GRINDCORE nasceu em 1993 com membros que tinham diversas influências. Oriundos da Bobadela, o nome RELTIH é o inverso de palavras que representam ideologias contra as quais se manifestam. A banda começou com Pepe na voz, Paulo (gordo) no baixo, Daniel na guitarra e Fanã na bateria.

Depois de algumas mudanças na formação, a banda lançou várias demos com influências que vão do Punk, Death Metal e o Crust, com letras que abordam temas como Anarquia, Vegetarianismo e Anti-fascismo. Gravaram algumas covers e depois terminaram em 1998, mas retornaram em 2007 com novos membros para gravar um segundo álbum intitulado “13 years in misery”.

Em 2020 voltaram a reunir-se para atuarem no Hammer Smashed Fest, numa edição em live streaming por razões pandémicas. Agora, na IV edição, marcaram presença com uma poderosa atuação. Infelizmente, não conseguimos obter a sua setlist.

 

Os LÔV DA XIT começam em 1990 no Carquistão (Carcavelos) com algumas alterações de membros na banda. Atualmente são compostos pelas vozes do Ico e Jonny (também Simbiose) pelo baixo do Fips, pela bateria do Pedro e as guitarras são do David N.O. e do Barrigas.

Com alguns soluços ao longo da carreira, foram-se proporcionado muitas gravações em k7 (split com os Simbiose em 1997) e outros tantos vídeos com maior ou menor acerto mas… nunca foram devidamente editados. Contudo, há uma jura feita no seio da banda: o atual objetivo da reunião da banda é “gravar e editar tudo de uma forma decente”, como nos revelou Ico em conversa.

Quanto ao concerto que deram no Motoclube… o que dizer? Tanto o Ico como o Johnnie são duas forças brutais do Crust, que se sentem como peixes na água quando atuam ao vivo. Especialmente quando a plateia parecia saber os refrões de cor!

Ao segundo tema, o palco já era demasiado pequeno para tanta energia conjunta, e Ico tomou a iniciativa de invadir o público de microfone em riste. Daí ao croud surfing foi um piscar de olhos. Primeiro as senhoras, como manda a etiqueta, e depois os cavalheiros. As hostes só acalmaram quando a banda fez um pequeno intervalo para curtos discursos e boas saudações ao sabor de umas cervejas.

Naquela altura, o dia estava ganho! Mais uns temas para o carrossel não parar e a festa continuou pela noite dentro, até à despedida no “Vou fugir”.

Setlist:

  1. O mundo não é só uma cor
  2. 1 pergunta
  3. Vais voltar
  4. Tourada
  5. Gente
  6. Em África eras um rei
  7. Anarchy on TV
  8. Não deixes ser o teu deus a mandar
  9. Reclusão
  10. Guerra
  11. SMO
  12. XIT Power
  13. Ação direta
  14. Vou fugir

 

HIATUS in grind we crust!

É assim que os belgas de Liège se assumem. E portanto, é assim que vivem em palco. Tudo o que fazem, tudo o que dizem é… crust!

Foram os cabeças de cartaz. Mesmo depois dos LOVDAXIT e o cúmplice JHONNIE SIMBIOSE terem colocado a fasquia bem alto, os HIATUS, com a sua calma e naturalidade, instalaram o mais corporativo caos sonoro.

Foi incrível ver como, com toda a sabedoria da experiência dos elementos – incluindo o jovem baixista – eles sabem captar o entusiasmo da plateia com refrões de protesto, riffs de puro hardcore e muito growling. Até os elementos das bandas anteriores marcaram presenta na linha da frente. Para curtir e aprender a fazer. E que excelente lição foi!

Setlist:




 

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