Perguntas por: Cremogema
Respostas: Egon e Bruno

O expurgo completa essa temporada 6 anos de luta, pode nos contar o que mais lhes surpreendeu neste tempo todo?
Então, acho que nesses 6 anos ai muita coisa aconteceu. A banda tem se consolidado cada vez mais, o que tem marcado a gente bastante, uma vez que nós começamos tudo como uma brincadeira de amigos mesmo. De lá pra cá nós temos trabalhado de maneira mais séria, mas sem nunca perder a espontaneidade e a diversão também. Acredito que algo surpreendente é a quantidade de amigos que estamos fazendo..nessa caminhada, o que pra mim é algo muito marcante.

A cena grind no Brasil tem uma divulgação não tão visada, você sabe explicar por que o estilo esta cada vez mais oculto?

Acho que a divulgação nem é o grande problema, a comunidade grind, pelo menos ao meu ver, é bem unida.. acho que principalmente, por que é difícil encontrar outras pessoas q gostam do estilo, então quando isso acontece existe uma identificação instantânea,porém é uma cena muito nova e demora um pouco pra se consolidar…as pessoas e o som são bem diferentes do metal ou do punk..então existe uma confusão em classificar o grind, e os meios de divulgação precisam rotular as coisas.
mas isso esta mudando, existe um nicho muito especifico que apóia o grind, e esse espaço só tende a crescer… Eu acredito que essa mudança já vem ocorrendo, já que percebo cada vez um número maior de bandas que se rotulam como grind aqui no Brasil. Claro que não existe uma grande divulgação da cena ainda, mas é assim mesmo, devagar se vai galgando as coisas até um patamar legal. Mas existem muitas bandas de peso no grindcore nacional antes de nós que vem fazendo um trabalho incrível, e que portanto ajuda muito nisso.

Como você classificar a cena atual de Belo Horizonte para o grind em especifico?

Não existe nada nesse sentido aqui. O hardcore, o trash e o death metal já tem uma força consolidada há tempos aqui na nossa cidade, o que é ótimo, pois a gente curte muito estes estilos também. Mas em termos de cena de grindcore, não existe nada. Acho que muitos estão conhecendo o estilo agora ou se ligam pouco nessa área de som, mas como falei, tem mudado.

Por que a escolha em lançar material em tapes?
Então, essa pergunta é interessante porque envolve uma discussão que nós 4 da banda tivemos a respeito desse material. A primeira delas é que foi o que os selos nos ofereceram, tanto os selos canadenses quanto o selo francês. Nós topamos porque acreditamos que ter um material lançado em tape é bem legal porque lembra como eram feitas as trocas antes de termos o mp3 e os cd-r´s. Nós achamos a idéia bem interessante e nos identificamos mais com bandas de grindcore old school que a gente curte aqui, como Warsore e Carcass Grinder, etc. A tape é bem interessante neste sentido. Gostamos da idéia dos encartes, por isso topamos no ato. É um formato que acredito que ainda tem seu espaço. Como o vinil também tem o seu as pessoas ainda fazem mixtapes para trocar com os amigos e mostram pra eles sons novos.

O split com o Shatter Dead foi lançado por um selo francês, por que não ter lançando um split de duas bandas brasileiras por um selo nacional?

Como sugerido no início, a cena no Brasil não é tão forte. Existe mais mercado pra esse som lá fora. E as gravadoras e selos existem a mais tempo por lá. Logo, o interesse maior no nosso som vem de fora. Mas percebemos que existe uma carência aqui. E selos estão se organizando para cobrir essa demanda.
É uma questão de tempo para começarem a sair vários lançamentos de splits no Brasil. Isso já acontece, mas não é muito divulgado. Mas se pesquisar vai ver que as bandas das antigas, pioneiras do grind brasileiro tem muito material lançado.
Esperamos que esse número cresça sempre, 2009 vai ser um ano muito bom para o estilo no Brasil.

As principais influencias?

o gosto de cada um da banda é muito diferente de outro. Mas concordamos numa influência comum para nortear o som q fazemos. E cada um traz uma influência de suas bandas favoritas pro som também. Seja em no estilo das letras ou numa pegada de batera. Todos somos muito fãs do grind sueco: nasum, rgte, general surgery.. Definitivamente podemos citar NASUM, NAPALM DEATH, REGURGITATE e DEAD INFECTION como norte principal, Mas acredito que temos uma pegada forte também do hardcore e do punk. Fora as bizarrices que cada um de nós 4 escutamos a parte, cada um com um gosto musical mais diferenciado do que o outro. Eu por exemplo curto demais GUNS N´ ROSES, TOOL e APHEX TWIN. E são sons que em nada tem a ver com o que a gente faz, mas que eu acredito que me influenciam de alguma maneira. (risos)

 

Responda rápido:

Egon:
4 bandas nacionais: Ratos de Porão, Offal, atualmente o Facada e o Social Chaos
4 bandas internacionais: Napalm Death, Brutal Truth, Nasum, Carcass
1 cd: Fear Emptiness Despair do Napalm Death
1 livro: Apologia a História de Marc Bloch
Nos tempos livres: Namorada, livros e filmes.
Uma frase: “O homem é um animal político” de Aristóteles

Bruno:

4 bandas nacionais: ratos de porão, mata-borrão, social chaos, offal
4 bandas internacionais: Meshuggah, Rotten Sound, Aborted, napalm death
1 cd: Obzen – Meshuggah
nos tempos livres: filmes, treino de parkour, namorada, trabalho (risos)
1 livro: O caminho do guerreiro pacifico – Dan Millman
1 frase: Nunca é tarde demais para ser quem você poderia ter sido.

O que já tem preparado ou mente para 2009?

Bruno: Para 2009 a primeira de todas, definitivamente, é gravar o full para a black hole prods.
estamos com todo gás e as músicas estão foda, muito agressivas, bem diretas, como a gente gosta..

Egon: Para esse ano de 2009 também temos uns lançamentos de splits agendados, como nossos amigos do MDK e do Dead Fetus Collection. Com o MDK provavelmente vai ser um selo nacional que lançará, o que deixa a gente bem feliz, que é a Grumo Productions. Com o Dead Fetus Collection vão ser 2 selos gringos, lá das longínquas terras da Malásia e Indonésia, o que deixa a gente super satisfeito também porque ..
… tem uma moçada que conhece nosso som por lá também

Nos releve detalhes deste lançamento futuro, o que foi acertado ate agora?

Pois é, fechamos com o Fernando Camacho há algum tempo, que vem acompanhando o trabalho da banda também há algum tempo. Ficamos muito satisfeitos em poder trabalhar com ele, uma vez que a gente considera muito sério o trabalho da BHP. Recebemos o convite e agora estamos a toda para atender as expectativas de todos que aguardam este full, mas a nossa também é claro. Inicialmente, como o Bruno falou estamos compondo as músicas que vão para este cd, e também estamos tirando fotos promocionais da banda para esta parceria com a BHP. O que eu posso adiantar também é que a gente quer fazer os ouvintes de grindcore subir pelas paredes quando escutarem o cd. Podem esperar coisa legal vindo por ai.

Bruno … O que considera de mais importante para que a banda mantenha a pegada que tem desde o inicio?

A gente toca junto há muito tempo. Já conhecemos o estilo de cada um com seus instrumentos. Além disso somos muito amigos e nos vemos muito. Acho q essa cumplicidade é transmitida no som, principalmente ao vivo. Conversamos muito de música e tentamos sempre colocar as melhores idéias que temos quando compomos.
A gnt conhece bem a maneira que gostaríamos que as músicas soassem para nossos ouvidos, e somos muito exigentes quanto à isso. E cobramos isso de nós mesmos. Mais a vontade de comunicar através das letras. Queremos que o som seja agressivo e direto, sem frescuras. Acho que o que caracteriza a nossa pegada é isso. A vontade de ver todo mundo se esmurrando no show por que sente isso no som.

Quais fatos você pode destacar como divisor de águas no grind nacional?

Bem, definitivamente a aparição do ROT foi uma coisa sem precedentes no meu ponto de vista. Foi uma banda que espalhou bastante o grindcore pelo Brasil e segurou as pontas lá fora como representante do gênero aqui em terras tupiniquins. Outro fator que considero de grande importância é o surgimento de bandas como o Subcut, o MDK e o Dor de Ouvido, que estão na batalha ae há tempos e engrandecem a cena cada vez mais com seus trabalhos. Isso definitivamente pra mim é marcante em termos de grindcore nacional.

Mensagem da banda?
Keep on rotting.

Acreditamos muito que a honestidade prevalece, então nós apenas fazemos o que estamos afim de fazer sem ter que na verdade seguir rótulos ou fantasias para se encaixar em determinados grupos. Agimos conforme nossas próprias cabeças. E é isso que pensamos sobre o rock no geral, enquanto for um som de protesto sincero, a gente está nessa ai. partiu para outras coisas, acredito que estamos fora… Portanto, valeu pelo apoio incondicional a todos que apóiam o underground nacional e o fazem de maneira sincera e com simplicidade. A essas pessoas o nosso obrigado sincero.
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Cremo
Sejam bem-vindos ao meu mundo onde a música é pesada, a arte visual é uma paixão e a tecnologia é uma busca incessante pela excelência. Sou um aficionado por Death, Thrash, Grind, Hardcore e Punk Rock, trilhando os ritmos intensos enquanto mergulho no universo da fotografia. Mas minha jornada não para por aí; como programador e analista de segurança cibernética, navego pelas correntes digitais, sempre sedento por conhecimento e habilidades aprimoradas em um campo em constante mutação. Fora do reino virtual, vibro intensamente com as cores do Boca Juniors, e meu tempo livre é uma mistura de leitura voraz, exploração de novos lugares e uma pitada de humor. Seja nas areias da praia, nas trilhas das montanhas, acampando sob as estrelas ou viajando para terras desconhecidas, estou sempre pronto para a próxima aventura. E claro, não há nada que eu ame mais do que arrancar um sorriso do rosto das pessoas com minhas piadas e brincadeiras. Junte-se a mim nesta jornada onde a música, a tecnologia, o esporte e o entretenimento se entrelaçam em uma sinfonia de diversão e descobertas. E lembrem-se: Hail Odin e um firme 'foda-se' ao fascismo e ao nazismo!