Com 30 anos de existência, os Suécos de Gotemburgo do In Flames retornam ao Brasil para um show memorável em São Paulo, no Tokio Marine Hall. Era um show muito esperado, até porque foram 6 anos de hiato do último show para cá e os fãs da banda já estavam sedentos para vê-los ao vivo novamente. A Tour do disco “Foregone”, lançado no começo desse ano deixou essa expectativa maior até porque o mesmo traz uma sonoridade remetendo o In Flames aos seus primeiros discos, mais cru, mais porrada e com a mesma energia contagiante de sempre. Para mim em especial foi um evento mais que singular, pois estava acompanhado pela maior fã do grupo, minha filha Branca, que logo que soube da vinda deles para o Brasil já garantiu seu ingresso, para não ter erro.
Chegamos à porta do Tokio Marine Hall por volta das 18:30 hs, gosto de chegar cedo para ir conferindo o “esquenta” antes dos shows, trombar e conversar com pessoas que só encontraríamos lá. O local estava completamente vazio, nem parecia que em poucas horas haveria um grande show por lá. Ambulantes rondavam o local, tentando vender camisetas e suvenires para os poucos fãs da banda que lá se encontravam. Timidamente a galera foi chegando e, por volta das 19:30 hs pegamos o credenciamento, que foi bem tranquilo por sinal, e adentramos ao Tokio Marine Hall. A casa tem uma estrutura fabulosa, o salão de entrada é muito amplo, um confortável e vasto espaço para Merch das bandas, uma ótima estrutura de banheiro e bar, com poucas filas e agilidade no atendimento, o palco é ótimo também, de qualquer lugar que você esteja assiste o show confortavelmente, fora o som da casa que é algo surpreendente.
Às 19:45 hs começa o show de abertura com a banda Kryour. A banda de São Paulo fez um show muito bom, já havia visto eles em outra oportunidade, mas tocar em uma casa com mais estrutura e com o som perfeito foi um diferencial. Os meninos são muito bons ao vivo, conseguiram cativar o pouco público que ainda estava chegando no Tokio Marine Hall e fizeram um show com uma energia surreal, o baterista Matheus Carrilho é um monstro com as baquetas, os guitarristas Gustavo Iandoli e Guba Oliveira tem uma maneira peculiar de tocar trocando as mão com two hands em várias partes das músicas, dando uma sonoridade diferenciada nas musicas, Gustavo Muniz e Matheus fazem uma cozinha muito concisa dando espaço para as guitarras viajarem na sonoridade. A banda dividiu seu set entre músicas de seus dois álbuns “Creatures Dwell my room” e “Where Treaseures are Nothing”, destaque para as excelentes Anxienty e Chaos of my dream, as mais porradas que deram um brilho especial ao espetáculo, até por terem também uma sonoridade perto do que viria a seguir.
Kryour setlist:
Anxiety
Restless Silence
Colorful
Destructive Hope
Why should I Know?
Chrysalism
Chaos of my dream
The Leaving
As luzes verdes e amarelas iluminavam o palco vazio, achei demais o respeito pelo País que estavam tocando, a casa já estava cheia, a ansiedade a milhão, afinal, o In Flames estava prestes a subir no palco. O Show marcado para as 21:00 hs teve um atraso insignificante de 5 min, quando “The Begining of all thingsthat will end” , introdução do novo disco Foregone dá início ao destruidor show dos Suécos. “The great Deciver” foi a escolhida para inflamar todos presentes e não deixar mais ninguém parado no lugar, o maior hit do disco novo deles abriu uma grande roda e a festa começou. Vale aqui destacar o quanto os caras são bons ao vivo, o show dos caras é uma pintura de técnica, pancadaria e execução, eles tocam muito fiel ao disco, o vocalista Anders Fridén é perfeito no palco, a sonoridade das guitarras são desde sempre a cara da banda, quem ouve esses timbres sabe que quem está lá é o In Flames!!! “Pinball Map”, do álbum Clayman é uma das minhas preferidas da banda e logo de cara já mandaram no set, pro deleite desse que vos escreve, aí a casa já estava fervendo, a galera pulava sem parar contagiando a banda, que agitava sem parar, sensacional. A banda tocou vários clássicos e viajou por toda carreira em seu setlist.
Olê Olê Olê Olê In Flames In Flames!!! A banda ficou perplexa com a galera toda cantando sem parar, Anders Fridén falou que irá colocar na introdução do disco novo da banda essa galera cantando, percebeu-se que eles ficaram realmente emocionados com o público do Brasil, também pudera, eram dois shows, um em cima do palco e outro embaixo. Enquanto muitas bandas hoje recriminam o uso de celulares na plateia, reclamando que o povo tem que ir lá para assistir o show, o In Flames nos deu uma aula de como tratar isso, em um determinado momento Anders Fridén pega um celular de um fã e continua filmando o show passeando entre todos integrantes da banda e depois devolvendo ao dono, que deve estar sem dormir até agora. Rolou até um Wall of Death no show dos caras. Eles tocaram varias das antigas como a “Graveland”, que fez a casa cair de vez. Resumindo o que foi esse show, tocaram musicas navegando pela carreira toda, são muito bons ao vivo, tem uma presença de palco impecável, são perfeitos na execução das musicas, um baita show!!! Na minha opinião os pontos altos do show foram quando tocaram a já citada “Pinball Map”, “I am Above” que levantou a galera que curte a fase mais nova da banda e da fase mais antiga a excepcional “Ordinary Story” e fecharam com a pancadaria “Take this life”. Um show perfeito para tirar o fôlego de todos presentes e fazer com que os mais radicais fãs da banda saíssem com um sorriso no rosto, satisfeitos com o que presenciaram…quem não foi por achar que a banda modernizou demais, desculpa, perdeu um showzasso repleto de clássicos!!!
In Flames setlist:
The Begining of all thingsthat will end
The great Deciver
Pinball Map
Everything´s Gone
Ordinary Story
Deliver us
Behind Space
Graveland
The Hive
Cloud Connected
Only for the weak
The quiet place
Foregone pt.1
State of slow decay
Alias
The mirror´s truth
I am above
Take this life
